tag:blogger.com,1999:blog-10219072259961141472024-02-02T09:30:50.364-08:00Diretório de Tradutores RHBPetraioshttp://www.blogger.com/profile/04275724141956903974noreply@blogger.comBlogger11125tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-1998661428572280012014-02-21T15:55:00.000-08:002014-02-21T15:55:49.608-08:00Poseidon - Introdução<div style="text-align: right;">
Fragmento da página dedicada a Poseidon no site Theoi.</div>
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Tradução de Janilson Gomes</div>
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para ler o conteúdo na íntegra e em inglês <a href="http://www.theoi.com/Olympios/Poseidon.html" target="_blank">Clique Aqui</a></div>
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Poseidon é deus do mar, rios, inundação e seca, terremotos e cavalos. Seu nome parece estar conectado com <i>potos, pontos e potamos</i>, consoante ele ser o deus do elemento fluído. (Müller, Proleg. p. 290.) Filho de Cronos e Reia (daí ele ser chamado Kronios e, por poetas latinos, Saturnius, Pind. Ol. vi. 48; Virg. Aen. v. 799.), e portanto irmão de Zeus, Hades, Hera, Héstia e Deméter, foi determinado governar o mar. (Hom. Il. xiv. 156, xv. 187, &c.; Hes. Theog, 456.) Como seus irmãos e irmãs, ele foi, após o nascimento, engolido pelo seu pai Cronos, porém vomitado de volta. (Apollod. i. 1. § 5, 2. § 1.). De acordo com outros relatos ele foi ocultado por Reia ao nascer junto a um rebanho de cordeiros, e sua mãe fingiu ter parido um jovem cavalo, o qual entregou a Cronos para ser devorado. Uma fonte no bairro de Mantineia, onde acredita-se ter esse evento ocorrido, tem seu nome derivado de “fonte dos cordeiros” ou Arne. (Paus. viii. 8. § 2.) De acordo com Tzetzes (ad Lycoph. 644) a ama de Poseidon chamava-se Arne; quando Cornos procurou por seu filho, Arne mentiu, declarando não saber onde ele estava, e daí credita-se a ela o nome da cidade. Ainda por outros relatos, foi o deus educado pelos telquines, a pedido de Reia. (Diod. v. 55.)</div>
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Nos mais antigos poemas, Poseidon é descrito, de fato, como igual a Zeus em dignidade, porém mais fraco. (Hom. Il. viii. 210, xv. 165, 186, 209; comp. xiii. 355, Od. xiii. 148.). Por isso encontramos sua ira quando Zeus, com palavras de altivez, tenta intimidá-lo; Ou melhor, ele chegou a ameaçar seu irmão maior, e uma vez conspirou com Hera e Atena para acorrentá-lo (Hom. Il. xv. 176, &c., 212, &c.; comp. i. 400.); ainda assim, por outro lado, também encontramos seu aspecto complacente e submisso a Zeus (viii. 440).</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil0qLPdwavN41t7kHqcjxu2lpHeufRG4pcAfwSUHLfrcuWFOpqRsEYgC0TmNLMpQ9c4yKb1GkjltXcT3L_z9KFz3kEbqYOl1TqXEijrerf4JQBV1BudJZFal-OIHHcfpuwFs903sKp_GjJ/s1600/K2.3BPoseidon.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil0qLPdwavN41t7kHqcjxu2lpHeufRG4pcAfwSUHLfrcuWFOpqRsEYgC0TmNLMpQ9c4yKb1GkjltXcT3L_z9KFz3kEbqYOl1TqXEijrerf4JQBV1BudJZFal-OIHHcfpuwFs903sKp_GjJ/s1600/K2.3BPoseidon.jpg" height="320" width="312" /></a>O palácio de Poseidon era nas profundezas do mar próximo a Aegea na Eubeia (xiii. 21; Od. v. 381), onde ele mantém seus cavalos com cascos de ouro e crinas de bronze. Com esses animais ele comanda uma carruagem através das ondas do mar, que se tornam calmas quando ele se aproxima, e os monstros das profundezas o reconhecem e vem brincar com seu veículo. (Il. xiii. 27, comp. Virg. Aen. v. 817, &c., i. 147; Apollon. Rhod. iii. 1240, &c.) Geralmente ele mesmo coloca os cavalos em sua carruagem, porém em outros momentos ele é assistido por Anfitrite (Apollon. Rhod. i. 1158, iv. 1325; Eurip.Androm. 1011; Virg. Aen. v. 817.). Ainda que habitasse o mar, ele continuava a aparecer no Olimpo durante as assembleias dos deuses (Hom. II. viii. 440, xiii. 44, 352, xv. 161, 190, xx. 13.)</div>
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Poseidon, juntamente com Apolo, construíram para Laomedonte a muralha de Tróia (vii. 452; Eurip. Androm.1014), daí Tróia ser chamada Neptunia Pergama (Netuno e Poseidon sendo identificados, Ov. Fast. i. 525, Heroid. iii. 151; comp. Virg. Aen. vi. 810.) Embora ele tenha sido de outras maneiras gentil aos grego, ficou enciumado ao ver a muralha que eles construíram ao redor de seus navios, e lamentou a ingloriosa forma com a qual as muralhas que ele próprio ergueu acabaram caindo nas mãos dos gregos. (Hom. Il. xii. 17, 28, &c.) Quando Poseidon e Apollo terminaram de construir a muralha de Troia, Laomedonte recusou-se a recompensá-los da forma que estava estipulado, e ainda os demitiu com ameaças (xxi. 443); ao que Poseidon enviou um monstro marinho, que estava prestes a devorar a filha de Laomedonte, quando foi morto por Herácles. </div>
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Por essa razão, Poseidon, assim como Hera, nutriam um ódio implacável contra os troianos, do qual nem mesmo Eneias foi poupado (Hom. Il. xx. 293, &c.; comp. Virg. Aen. v. 810; Il. xxi. 459, xxiv. 26, xx. 312, &c.). O deus do mar tomou postura ativa na guerra contra troia, lutando ao lado dos gregos, algumas vezes testemunhando a disputa como espectador dos montes da Trácia, outras vezes interferindo pessoalmente assumindo a aparência de um herói mortal e encorajando os gregos, enquanto Zeus favorecia os troianos. (Il. xiii. 12, &c., 44, &c., 209, 351, 357, 677, xiv. 136, 510.) Quando Zeus permitiu que os deuses assistissem qual lado quisessem Poseidon juntou-se aos gregos, tomando parte na guerra e fazendo a terra tremer; ele opôs-se a Apolo, quem, contudo, não gostava de estar lutando contra seu tio. (Il. xx. 23, 34, 57, 67, xxi. 436, &c.) Na Odisseia, Poseidon aparece como hostil a Odisseu, impedindo-o de voltar para casa como castigo por ter cegado Polifemo, filho de Poseidon com a ninfa Teosa. (Hom. Od. i. 20, 68, v. 286, &c., 366, &c., 423, xi. 101, &e., xiii. 125; Ov.Trist. i. 2. 9.)</div>
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Como governador do mar, ele é descrito tanto causando tempestades como garantido uma viagem tranquila e salvando aqueles que estavam em perigo. Toda as outras divindades marinhas obedeciam a ele. Uma vez que o mar circunda e contem a terra, ele é descrito também como o deus que segura a terra (gaiêochos), e aquele que tem o poder de balançá-la (enosichtôn, kinêtêr gás).</div>
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Ele era ainda considerado o criador dos cavalos, e acredita-se que ele tenha ensinado aos homens a arte de dominar esses animais com a rédea, e ser o protetor e criador das corridas de cavalos. (Hom. Il. xxiii. 307, 584; Pind. Pyth. vi.50 ; Soph. Oed. Col. 712, &c.) Por isso ele também é representado no dorso de um cavalo, ou comandando uma carruagem puxada por dois ou quatros equinos, sendo designado nessas ocasiões pelo epíteto hippios, ippeios ou hippios anax. (Paus. i. 30. § 4, viii. 25. § 5, vi. 20. § 8, viii. 37. § 7 ; Eurip.Phoen. 1707; comp. Liv. i. 9, onde ele é chamado equester.) Como consequência da sua conexão com os cavalos, ele era considerado amigo dos cocheiros (Pind. Ol. i. 63, &c.; Tzetz. ad Lyc. 156), e ele mesmo transformou-se em um garanhão, com fim de enganar Deméter. </div>
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A tradição comum sobre Poseidon ser o criador dos cavalos é a seguinte: quando Poseidon e Atena disputaram qual deles iria nomear a capital da Ática, os deuses decidiram que deveria ser aquele que desse aos homens o presente mais útil. Poseidon criou o cavalo e Atena criou a oliveira, de tal forma que a capital da Ática passou a se chamar Atenas. (Serv. ad Virg. Georg. i. 12.) Já de acordo com outros, Poseidon não criou o animal na Ática, mas sim na Tessália, onde ele também deu a Peleu seus famosos cavalos. (Lucan, Phars. vi. 396, &c.; Hom. Il. xxiii. 277; Apollod. iii. 13. § 5.)</div>
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O símbolo do poder de Poseidon era um tridente, ou uma lança de três pontas, que ele usava para destruir rochas, convocar ou dissipar tempestades, tremer a terra e outras coisas mais. Heródoto (ii. 50, iv. 188) atesta que o nome e o culto a Poseidon foi importado pelos gregos da Líbia, mas que provavelmente ele era uma divindade de origem pelasgas, e originalmente uma personificação do poder fertilizador da água, daí a transição para deus do mar não foi difícil. </div>
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É notável como as lendas desse Deus estão ligadas com a disputa pela posse de certos países com outros Deuses. Aquela onde ele, na disputa por Ática, finca seu tridente no chão da acrópole, fazendo surgir uma fonte de água do mar e inundando a cidade, após ter perdido-a para Atena que a recebeu dos deuses após ter criado a oliveira. (Herod. viii. 55; Apollod. iii. 14. § 1 ; Paus. i. 24. § 3, &c.; Hygin. Fab. 164.). Também com Atena ele disputou a posse de Trezena, e seguindo ordens de Zeus dividiu com ela a cidade. (Paus. ii. 30. § 6). Com Hélio ele disputou a soberania sobre Coríntio, ficando com ele a cidade e o istmo, e indo a acrópole para Hélio. (ii. 1. § 6.) Disputou a posse da Argólida com Hera, sendo decido por Inácio, Cefiso e Astério que a posse iria para a Deusa. Como represália, Poseidon fez os rios desses deuses-rios secarem. (ii. 15. § 5, 22. § 5; Apollod. ii. 1. § 4.) Com Zeus, por último ele disputou Egina,e Naxos com Dionísio. (Plut. Sympos. ix. 6.) Por um tempo Delfos o pertenceu, juntamente à Ge, mas Apolo o deu Caularia como compensação. (Paus. ii. 33. § 2, x. 5. § 3; Apollon. Rhod. iii. 1243, with the Schol.)</div>
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Outras lendas também merecem ser mencionadas. Ao lado de Zeus ele lutou contra Cronos e os titãs. (Apollod. i. 6. § 2; Paus. i. 2. § 4.) Além disso esmagou os Centauros quando perseguiram Herácles, sob uma montanha na Leucócia, a ilha das Sereias. (Apollod. ii. 5. § 4.) Junto com Zeus ele cortejou a mão de Tétis, mas ele se retirou quando Têmis profetizou que o filho de Tétis seria mais poderoso que seu pai. (Apollod. iii. 13. § 5; Tzetz. ad Lyc. 178.) Quando Ares foi capturado na rede de Hefesto, foi Poseidon que pediu por sua soltura (Hom.Od. viii. 344, &c.) porém o Deus do Mar levou Ares à julgamento no Aeropago, pelo Deus da Guerra ter matado seu filho Halirrhothius (Apollod. iii. 14. § 2.). A pedido de Minos, rei de Creta Poseidon fez surgir do mar um boi, que foi prometido a sacrifício pelo rei; porém Minos traiçoeiramente escondeu o animal entre um rebanho de carneiros, o Deus puniu Minos fazendo com que sua filha Pasífae se apaixonasse pelo boi. (Apollod. iii. § 3, &c.) Periclimeno, que era ou um filho ou um neto de Poseidon, recebeu dele o poder de assumir várias formas. (i. 9. § 9, iii. 6. § 8.).</div>
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Poseidon era casado com Anfitrite, com quem ele teve três filhos, Tritão, Rode e Benthesicyme (Hes. Theog. 930; Apollod. i. 4. § 6, iii. 15. § 4); porém ele possuía além desses um vasto número de filhos com outras divindades e mortais.</div>
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Ele é mencionado por uma variedade de sobrenomes, tanto em alusão às lendas que contam , quanto à sua natureza de Deus do mar. Seu culto era presente em toda a Grécia e sul da Itália, sendo especialmente reverenciado no Peloponeso (onde é chamado oikêtêrion Poseidônos) e nas cidades costeiras de Ionic. Os sacrifícios a ele oferecidos geralmente eram bois brancos e pretos (Hom. Od. iii. 6, Il. xx. 404; Pind. Ol. xiii. 98; Virg. Aen. v. 237); ainda que javalis e carneiros selvagens também fossem sacrificados. (Hom. Od. xi. 130, &c., xxiii. 277; Virg. Aen. iii. 119.) Na Argólida cavalos com cabresto eram atirados da fonte Deine, em forma de sacrifício (Paus. viii. 7. § 2), e corridas de carruagens e cavalos eram celebradas em sua honra no istmo de Coríntio (Pind. Nem. v. 66, &c.). A Panionia, ou o festival de todos os inoanos próximo a Mycale, era celebrado em honra a Poseidon. (Herod. i. 148.)</div>
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Na arte Poseidon pode ser facilmente reconhecido pelos seus atributos, o golfinho, o cavalo ou o tridente (Paus. x. 36. § 4) e ele era frequentemente representado em grupo com Anfitrite, nereiádes, golfinhos, os Dióscuros, Palemon, Pégaso, Belerofonte, Tálassa, Ino e Galeno (Paus. ii. 1. § 7.). Sua figura não apresenta a calma majestosa que caracteriza seu irmão Zeus. As estatuas, assim como o mar, apresentam ora o Deus em uma violenta agitação, ora em repouso. </div>
masterpetraioshttp://www.blogger.com/profile/17857205587595163396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-47970672180283486502014-02-19T12:35:00.002-08:002014-02-19T12:35:23.661-08:00Politeísmo Redux<div style="text-align: justify;">
<b>Nota do Editor: </b>O texto a seguir apresenta uma breve síntese de um debate recente que se desenvolveu na comunidade "pagã" anglófona que teve como foco especulações sobre um saber teológico pagão. Entre posições e controvérsias Johb Beckett, ainda que não seja helênico, oferece uma contribuição para esse debate através de uma abordagem bastante similar àquela atualmente usada pelo reconstrucionismo helênico ao entender os deuses como agentes, seres individuais e potências vivas - não como elementos da natureza (ainda que se relacionem com ele), ou macroestruturas abstratas. A maneira de escrever é bastante despojada e em certo sentido, telegráfica; leituras indicadas e demais componentes que integram o debate também podem ser acompanhados com os links em língua inglesa. A todas e todos, uma boa leitura.</div>
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<b>POLITEÍSMO REDUX</b></div>
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por John Beckett</div>
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tradução de Josie Machado.</div>
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<a href="http://www.patheos.com/blogs/johnbeckett/2014/01/polytheism-redux.html" target="_blank">Clique aqui</a> para ler o texto em inglês</div>
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Eu gastei a tarde de ontem trabalhando em um comentário sobre como o sucesso de minha abordagem "<a href="http://www.patheos.com/blogs/johnbeckett/2013/12/integration-a-review.html" target="_blank">temas não objetivos</a>" significa que eu agora estou definindo objetivos para 2014. Mas antes de conseguir terminá-lo, houve uma onda de comentários sobre teologia politeísta e sinto a necessidade de responder.</div>
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A maior parte desta discussão é controversa e tornou-se pessoal. Se você quiser entendê-la, leia esse comentários escrito por <a href="http://bansheearts.com/2013/12/ritual-theory-for-polytheists/" target="_blank">Morpheus Ravenna</a>, esse por <a href="http://paganarch.com/2013/12/04/radical-aggressive-hypersensitive-a-historical-unenlightened-and-illegitimate/" target="_blank">Rhyd Wildermuth</a>, esse por <a href="http://alisonleighlilly.com/blog/2014/gods-like-mountains-gods-like-mist/" target="_blank">Alison Lilly</a>, esse por <a href="http://www.patheos.com/blogs/asenseofplace/2014/01/messiah-complex/" target="_blank">Traci Laird</a>, esse por <a href="http://thracianexodus.wordpress.com/2014/01/02/anthropocentric-approaches-to-deity-in-polytheism-or-why-doesnt-my-cat-gift-wrap-the-dead-chipmunks-it-leaves-in-my-shoe/" target="_blank">Anomalous Thracian</a>, e o mais recente comentário de <a href="http://bansheearts.com/2014/01/polytheism-how-hard-do-you-like-it/" target="_blank">Morpheus Ravenna</a>. Existem outros que não linkei e os que estão a caminho. São leituras instigantes se você dispor de tempo para apreciá-las.</div>
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Eu considero todas essas pessoas amigos de uma forma ou de outra. Lamento que as coisas tenham se tornado pessoais, mas é bom termos este debate. O Paganismo ainda é uma religião nova e nós ainda tentamos descobrir nossa teologia... ou melhor, nossas teologias. Melhor trabalharmos esse debate com participação em massa pela internet do que 300 bispos (de 1800 convidados) escondidos em algum lugar, tentando decidir o que irá tornar-se a ortodoxia para os próximos dois milênios.</div>
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A seguir, minha opinião sobre o assunto.</div>
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Há muitas opiniões sobre a natureza e substância dos Deuses. Qual é a correta? Tudo o que podemos dizer com certeza é "nós não sabemos". E isso significa que a única coisas que é errada - a única coisa que me fará subir em uma mesa e gritar "não, isso não está certo!" - é não deixar espaço para mistério. Por mistério, quero dizer incerteza, não o conhecimento subjetivo que vem através de experiências místicas.... apesar de qualquer religião que não deixe espaço para esse tipo de mistério seja inútil para mim, mesmo que não seja objetivamente errado.</div>
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Esta é a primeira regra da teologia: Nós não sabemos. Não existe regra número dois. Isso não significa que a teologia seja inútil e que todas as respostas sejam igualmente úteis. Significa que praticar teologia requer humildade e abertura... e uma boa dose de curiosidade também ajuda.</div>
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O que há de errado subjetivamente (i.e. - Estou convencido de que não é certo mas, ler regra #1 acima) é tentar forçar os Deuses em um modelo naturalista que assume que os Deuses de nossos antepassados não possam existir realmente, distintos, seres individuais. Parece que toda vez que discuto minhas relações com os Deuses - Especialmente quando Eles querem que eu faça algo - alguém me responde com "mas você sabe que tudo isso está dentro da sua cabeça, certo?" Ou "Deuses são mitos e metáforas." Ou ainda, "Você está tornando humano algo que não é humano!"Essas teorias são todas válidas e eu as respeito, embora não concorde com elas.</div>
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O que eu acho preocupante é a noção subjacente de que desde a Ciência (o árbitro da realidade na sociedade ocidental contemporânea) não tem nenhuma explicação para Deuses como realidade, distintos e seres individuais não podem existir, e achar que o que Eles fazem é auto-ilusão. Acho irônico que algumas das mesmas pessoas que criticam duramente politeístas por lidar com os deuses em forma humana comprem a ideia (subconscientemente, se não conscientemente) que a cosmovisão humana atualmente popular é sem dúvida correta: que, se nós, humanos, não termos todas as respostas, pelo menos temos a verdadeira maneira de encontrar todas as respostas. (Eu sou engenheiro. Eu amo ciência. Ela nos trouxe descobertas surpreendentes e melhorou nossos padrões de vida. E também nos trouxe resíduos nucleares, armas químicas e (FRANKING). A ciência é uma ótima ferramenta, uma filosofia ruim e uma religião prejudicial.)</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1M5L26iblmilZoIZ5Ff4vzJONMyFGyU9zitd1Lzi7UY89rid6uH8nUp1gxiM16R1-Mo8VRK2Fdq9_RLQTlQg5_dKlsRH7EED_rTGU8sB5dCUnDNEO3V8PXNyrMQGuPmPp4lK09MPWOXFL/s1600/08-10-Moon-on-Water-199x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1M5L26iblmilZoIZ5Ff4vzJONMyFGyU9zitd1Lzi7UY89rid6uH8nUp1gxiM16R1-Mo8VRK2Fdq9_RLQTlQg5_dKlsRH7EED_rTGU8sB5dCUnDNEO3V8PXNyrMQGuPmPp4lK09MPWOXFL/s1600/08-10-Moon-on-Water-199x300.jpg" /></a>Você cultua Poseidon ou cultua o Mar? Ao longe ouço Poseidon rugindo como Davy Jones em Piratas do Caribe. "EU SOU O MAR!" Talvez. Mas Poseidon tem uma história, várias histórias, uma personalidade. O Mar tem outras. Poseidon ouve orações e aceita ofertas - ou não, como Ele preferir. O mar simplesmente é. Ambos são maravilhosos e poderosos, e eu os admiro. Me parece razoável adorar ambos. Mas por Poseidon ter qualidades humanas (que não é o mesmo que acreditar que "os deuses são como os seres humanos só que maiores") posso me relacionar com ele de forma diferente de como eu posso me relacionar com o mar. A religião baseada em relacionamentos mutuamente benéficos com Divindades com qualidades semelhantes às humanas necessita de um olhar e sentimento diferentes da religião baseada no benefício mutuo entre o mundo Natural. Mas existe claramente um espaço para ambos na <a href="http://www.patheos.com/blogs/johnbeckett/2013/12/pagan-unity-2.html" target="_blank">Grande Tenda do Paganismo</a>, bem como espaço para ambos no canto do politeísmo.</div>
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Parece haver um argumento desnecessário sobre o que constitui um politeísta. Um politeísta é alguém que tem conhecimento de múltiplos Deuses. Eu não vejo necessidade de refinar mais que isso. Se você disser "eu sou um politeísta: Eu adoro a terra, o céu e o mar", então eu não tenho nenhum argumento contra você, mesmo que sua abordagem não seja suficiente para mim.</div>
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Alison Lilly reclama que algumas pessoas acusam de ateísmo por ter tal abordagem. Eu acho que sua queixa é válida. Há um precedente histórico para este ponto de vista - alguns acusaram os primeiros cristãos de ateísmo, pois eles negaram a realidade dos deuses greco-romanos. Mas essa visão era e continua errada. Ateísmo é a negação de todos os deuses, não a negação de seus deuses.</div>
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Chega com as nuances e incertezas do politeísmo. Aqui está o que eu acredito. Eu acredito que os deuses são reais, distintos, seres individuais pois é assim que eu tive experiências com Eles. Minha experiência com Isis é diferente da minha experiência com Cernunnos e diferente da experiência com Morrigan e assim vai. E todas elas foram diferentes das minhas experiências de meus próprios pensamentos e sentimentos.</div>
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Quanto mais eu conheço os Deuses como indivíduos - mais eu oro, adoro, medito, faço ofertas e principalmente mais ouço-Os - mais sua realidade é evidente para mim e mais significante se torna minha vida. O conhecimento subjetivo que ganho supera em muito minha falta de conhecimento objetivo.</div>
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E aqueles que têm uma visão psicológica dos Deuses, ou uma visão metafórica, o uma visão naturalista? Eu sou um Universalista Unitário, bem como um pagão e um druida - Eu vou julgar suas crenças baseadas em quão bem eles te motivam a viver uma vida significativa, compassiva e útil, não sobre a forma como eles combinam com as minhas crenças. Mas o fatos de suas crenças serem úteis para você não significa que eu acho seus argumentos persuasivos. A ideia que eu tenho visto sendo enfatizada em todos os comentários recentes é que os Deuses têm agências. Eles têm os seus próprios pensamentos, próprias ideias, sua própria vontade e talvez mais importante, os seus próprios interesses e áreas de responsabilidade. Isto é importante. A ideia de que os deuses estão aqui "por nós" - seja como terapeutas ou treinadores ou pais alados divinos - é decididamente inútil. Sim, Deuses as vezes chamam um humano em seu serviço - eu experimentei tal chamada. Mas o meu sacerdócio não é sobre mim, e sim sobre eles. Trata-se de transmitir suas mensagens e fazer o seu trabalho.</div>
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Honrar os Deuses como seres reais, distintos e individuais me lembra que, em última análise, a vida não é tudo sobre mim. Existe algo maior, mais forte e mais sábio, e minha vida é melhor quando ligada à alguma coisa - ligada à Eles. Embora eu seja responsável pela minha própria vida, faço um trabalho melhor e sirvo à um bem maior, quando trabalho com Eles.</div>
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Eu tenho que saber se talvez essa enxurrada de comentários politeológicos não seja simplesmente casos pagãos centrados em divindade ou centrados na natureza mal-entendidos entre si. Minha esperança é que a troca tenha informado e esclarecido tudo, e que nossa compreensão dos Deuses e do outro tenham crescido. Agora, se vocês me dão licença, é hora da orações da noite.</div>
masterpetraioshttp://www.blogger.com/profile/17857205587595163396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-65150647057292490522014-02-19T12:03:00.001-08:002014-02-19T12:04:24.716-08:00Hefesto: Introdução<div style="text-align: right;">
do site Theoi, com tradução de Janilson Gomes.</div>
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Para ler o texto em inglês <a href="http://www.theoi.com/Olympios/Hephaistos.html">clique aqui</a>.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVvxlBuZLsUHavbUjKIijMxOPBKtJicsxZphvlTjK3lUVMgrm6D5ZopKxmBLNpcrYoXYdY8j0w8cwyqrTEAU1p8r-p7tj20F2IyhAboXyY4gva5X_-uPWoplggviPwyYmi3Zyz_LiLfJvu/s1600/img_hephaistos.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><br /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVvxlBuZLsUHavbUjKIijMxOPBKtJicsxZphvlTjK3lUVMgrm6D5ZopKxmBLNpcrYoXYdY8j0w8cwyqrTEAU1p8r-p7tj20F2IyhAboXyY4gva5X_-uPWoplggviPwyYmi3Zyz_LiLfJvu/s1600/img_hephaistos.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVvxlBuZLsUHavbUjKIijMxOPBKtJicsxZphvlTjK3lUVMgrm6D5ZopKxmBLNpcrYoXYdY8j0w8cwyqrTEAU1p8r-p7tj20F2IyhAboXyY4gva5X_-uPWoplggviPwyYmi3Zyz_LiLfJvu/s1600/img_hephaistos.jpg" height="320" width="250" /></a></div>
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Hefesto, o deus do fogo, era, de acordo com Homero, filho de Zeus e Hera (Il. i. 578, xiv. 338, xviii. 396, xxi. 332, Od. Viii. 312.) Antigas tradições afirmam que ele não tinha pai, e que Hera o concebeu sem Zeus, por ciúmes à conceição de Atena por Zeus, sem ela. (Apollod. i. 3. parágrafo 5; Hygin. Fab. Praef.) No entanto essa versão é contrária a história comum na qual Hefesto cindiu a cabeça de Zeus, e o ajudou no nascimento de Atena. Uma interpretação mais recente da antiga tradição diz que Hefesto pulou da coxa de Hera, e que sua filiação foi mantida em segredo. Com intuito de descobrir seu parentesco ele recorreu a um estratagema. Hefesto construiu uma cadeira na qual quem sentasse ficaria preso, e assim aprisionou Hera, e se recusou a libertá-la até que ela dissesse quem eram seus pais. (Serv. ad. Aen. vii. 454, Eclog. iv. 62.) Para mais informações sobre sua origem: Cícero (de Nat. Deor. iii. 22), Pausanias (viii. 53. parágrafo 2º). E Estathius (ad Hom. p. 987).</div>
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Hefesto é o deus do fogo, especialmente o fogo que se manifesta como um poder da natureza nas zonas vulcânicas, e na medida em que é indispensável para a arte e manufaturas; daí que o fogo é chamado o fôlego de Hefesto, e o nome do deus era usado pelos poetas Gregos e Romanos como sinônimo para fogo. Assim como as chamas surgem de uma pequena faísca, também nasceu o deus do fogo delicado e enfraquecido. Razão pela qual sua mãe nutria por ele tão profunda antipatia que quis se livrar dele jogando-o do Olimpo. Porém as divindades marinhas, Tétis e Eurínome, o acolheram, e com elas ele habitou por nove anos em uma gruta, cercado por Oceano, fazendo para elas uma variedades de ornamentos. (<i>Hom</i>. Il. xviii. 394, &c.) Foi durante esse período, de acordo com alguns relatos, que ele fez a cadeira na qual puniu sua mãe por sua carência de afeto, e da qual não a libertou até que ser convencido por Dionísio. (<i>Paus</i>. i. 20. parágrafo 2; <i>Hygin</i>. Fab. 166.)</div>
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Ainda que Hefesto se lembrasse da crueldade de sua mãe, ele era gentil e obediente a ela, ou melhor, uma vez ela estava discutindo com Zeus e ele tomou seu partido na discussão, e assim ofendeu tanto seu pai que ele o agarrou pela perna e o atirou do Olimpo. Hefesto passou um dia inteiro caindo, e ao anoitecer chegou a ilha de Lemnos, onde foi gentilmente recebido pelos Síntios. (Hom. Il. i. 590, &c. Val. Flacc. ii. 8.5; Apollod. i. 3. parágrafo 5, que, entretanto, confunde as duas ocasiões onde Hefesto foi atirado do Olimpo.) Antigos escritores atribuem sua coxeadura a essa segunda queda, enquanto Homero o atribui desde o nascimento.</div>
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Após sua segunda queda ele retornou ao Olimpo, e atuou como mediador entre os pais. (Il i. 585.) Nessa ocasião ele ofereceu uma taça de néctar para sua mãe e para os outros deuses, que irromperam em uma risada sem moderação ao vê-lo mancando apressado pelo Olimpo de um deus a outro, pois ele era feio e lento, e, devido a fraqueza de suas pernas, quando andava era sustentado por suportes artificiais, habilmente feitos de ouro. (Il. xviii. 410, &c., Od. viii. 311, 330.) Seu pescoço e seu peito, entretanto, eram fortes e musculosos. (Il. xviii. 415, xx. 36.)</div>
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No Olimpo, Hefesto possuía seu próprio palácio, imperecível e brilhante como as estrelas: nele estava sua oficina, com a bigorna e vinte foles, que trabalhavam espontaneamente ao seu comando. (Il. xvii. 370, &c.) Foi lá que ele fez todos seus belos e maravilhosos trabalhos, utensílios e armas, para deuses e para homens. Os antigos poetas e mitografos são abundantes em passagens descrevendo trabalhos de requintado artesanato que foram manufaturados por Hefesto. Em antigos relatos, os ciclopes Brontes, Estéropes, Arges e outros eram seus operários e servos e sua oficina não é mais representada no Olimpo e sim no interior de alguma ilha vulcânica. (Virg. Aen. viii. 416, &c)</div>
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A esposa de Hefesto também vivia em seu palácio: na Ilíada ela é chamada Carite, na Odisseia Afrodite (Il. xviii. 382, Od. viii. 270), e na Teogonia (945) seu nome é Aglaia, a mais jovem das Charites. A historia da infidelidade de Afrodite para com seu marido, e a maneira na qual foi surpreendida por ele é requintadamente descrita na Odisseia (Od. viii. 266-358.). O poema homérico não menciona nenhum descendente de Hefesto, porém em antigos escritos o número de filhos seus era considerável. Na guerra de Troia ele esteve ao lado dos Gregos, porém também era cultuado em Tróia, e em uma ocasião salvou um troiano de ser morto por Diomedes. (Il. v. 9 &c.)</div>
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Seu lugar favorito na terra era a ilha de Lemnos, onde ele gostava de viver entre os Síntios (Od. viii. 283, &c., Il. i. 593; Ov Fast. viii. 82); porém outras ilhas vulcânicas também, como Lípara, Hiera, Imbros (hoje Gökçeada) e Sicília eram chamadas de suas moradas e oficinas. (Apollon. Rhod iii. 41; Callim. Hymn. in Dian. 47; Serv. ad Aen. viii. 416; Strab. p. 275; Plin. H. N. iii. 9; Val. Flacc. ii. 96.)</div>
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Hefesto é para os deuses como Atena é para as deusas, por, como ela, dar a artistas mortais habilidade, e, junto com ela, foi atribuído a ele o ensinamento aos homens das artes que embelezam e enfeitam a vida. (Od. vi. 233, xxiii. 160. Hymn. in Vaulc. 2. &c.) Porém ele não possuía o caráter sublime de Atena. Em Atenas os dois partilhavam templos e festivais em comum. (Ver: Dict of Ant. s. v.Hêphaisteia, Chalkeia.) A ambos eram atribuídos poderes curativos, e a terra de Lêmnian, no lugar em que ele caiu, curava a loucura, picadas e cobras e hemorragias, e os sacerdotes do Deus sabiam como curar ferimentos provocados por serpentes. (Philostr. Heroic. v. 2; Eustath. ad Hom. p. 330; Dict. Cret. ii. 14.)</div>
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Os epítetos e sobrenomes pelos quais Hefesto era designado pelos poetas geralmente fazem alusão a sua habilidade com artes plásticas, a sua compleição física e aleijamento.</div>
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No templo de Atena Khalkioikos em Esparta, ele era representado no ato de libertar sua mãe (<i>Paus</i>. iii. 17. § 3). No peito de Cípselo, dando a Tétis a armadura de Aquiles (v. 19. Parágrafo 2); e em Atenas havia uma famosa estátua feita por Alcamanes, na qual sua deformação era sutilmente indicada. (Cic. de Nat. Deor. i. 30; Val. Max. viii. 11. § 3.). Os gregos frequentemente colocavam uma pequena estátua em formato de anão próximo à lareira, sendo estas representações as mais antigas. (Herod. iii. 37; Aristoph. Av. 436; Callim. Hymnn. in Dian. 60.). Durante o melhor período da arte grega, ele foi representado como um vigoroso homem barbudo, e caracterizado pelo seu martelo ou outro tipo de instrumento, boné oval, e chiton deixando amostra seu ombro e braço direito.</div>
masterpetraioshttp://www.blogger.com/profile/17857205587595163396noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-50109307703223069632014-01-06T08:12:00.000-08:002014-01-06T08:12:08.174-08:00Uma exploração rigorosa das origens selvagens: Walter Burkert sobre mitos e ritos<div style="text-align: center;">
<b>Uma exploração rigorosa das origens selvagens: </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Walter Burkert sobre mitos e ritos</b></div>
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(por Glenn W. Most)</div>
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<blockquote class="tr_bq">
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O homem, em suas faculdades mais elevadas e mais nobres, é todo ele natureza, e traz em si a inquietante duplicidade desta. Suas capacidades terríveis, consideradas inumanas, por acaso são o único solo fértil onde pode brotar qualquer humanidade nas emoções, feitos e nas obras. Assim, os gregos, os homens mais humanos dos tempos antigos, mostram um ar de crueldade, um afã de destruição como os de um tigre</div>
<blockquote>
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(F. Nietzsche – Cinco prólogos a cinco livros não escritos, 5 – A Competição de Homero)</div>
</blockquote>
</blockquote>
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Os mitos gregos não são inquietantes apenas para nós; já entre os próprios gregos o eram e não apenas um mito particular que narrava a emasculação ou o despedaçamento de um deus o a loucura e atrocidades de um herói, mas o mito enquanto tal, como explicação que dá sentido às condições da vida humana mediante a narração das façanhas e sofrimentos de personagens sobre-humanos ou demasiado humanos. Desde Homero, todo poeta grego tenha que enfrentar a árdua tarefa de refazer cada vez para um público novo os relatos herdados, as vezes enigmáticos – por causa de uma única mulher uma cidade inteira foi assediada por dez anos e finalmente arrasada; um rei assassinou seu pai e casou-se com sua mãe -, mas sem reproduzi-los asperamente, e tampouco sem alterá-los tão radicalmente que desdissessem a tradição e resultassem pouco plausíveis. Todo historiado que não quisesse limitar-se a sua própria época tinha que ocupar-se das embaraçosas contradições e inverossimilhança dos mitos que, para os tempos mais antigos, eram a única fonte que conheciam. Era preciso reunir, selecionar, transformar e combiná-los. Por mais assombroso que pareça, quase ninguém ousou prescindir-se deles e, mesmo quando Éforo excluiu de sua História Universal os primitivos tempos míticos, sinalizando a impossibilidade de obter conhecimento científico preciso deles, todavia, aceita como ponto de partida seguro as migrações dos filhos de Heracles. Todo filósofo, por mais convencido que estivesse da inferioridade do pensamento mítico, tinha que enfrentar os mitos herdados, fosse refutando-os minuciosamente (entre outras razões, com o fim abrir espaço para os mitos que eles mesmo inventava para o casão, fosse demonstrando cientificamente que suas próprias verdades haviam encontrado já nas lendas mais antigas, uma expressão velada, mas recuperável em sua totalidade mediante a exegese alegórica. No final das contas, nenhuma escola filosófica antiga podia prescindir da interpretação alegórica, procedimento justificado, inclusive, por Aristóteles e praticado por Lucrécio. </div>
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A plausibilidade poética, a redução histórica e a exegese filosófica foram, por assim dizer, três soluções de emergência mediante as quais os gregos trataram de dominar seus mitos - imprescindíveis, ainda que insondáveis. Se a dificuldade de um desafio se mede pelos esforços repetidos que suscitou, então aqui o surpreendente não é tanto que os mitos gregos sofreram perpetuamente ataques e reinterpretações, mas sim que se mantiveram vigentes durante tanto tempo. Evidentemente a ancoragem na religião do Estado e a educação básica lhes conservava certa proteção, mas por que tantas âncoras persistiram com o tempo e não foram perdendo-se? Sem dúvida, justamente as três estratégias citadas contribuíram também para assegurar a sobrevivência dos mitos, não só ao longo da acidentada evolução da cultura grega, muito mais de seu acaso: como manancial inesgotável de inspiração literária, como monumento duradouro das épocas mais antigas da história da humanidade, como alusão misteriosa a ensinamentos físicos e morais sublimes, os mitos conseguiram sobreviver a Idade Média e salvaram-se para a Idade Moderna. Tão exitosa foi a salvação que nem mesmo a independência das literaturas nacionais , o desenvolvimento das novas ciências históricas e das novas filosofias na primeira modernidade conseguiram romper o feitiço dos mitos gregos. No século XVIII sucumbiram as formas tradicionais da poesia barroca e da alegoria, mas os mitos já havia muito não necessitavam de tais procedimentos, que em princípio, deveria salvá-los. Seguiam vivos e gozando de boa saúde. Logo, no século XIX, quase todo poeta romântico podia lançar mão dos mitos clássicos, enquanto a mitologia – que de aí em diante presumia-se científica – dos incipientes estudos clássicos o velho everemismo lançava tardias e extravagantes flores às teorias das lendas tribais de K. O. Müller, como nas diversas variantes da velha alegoresis filosófica em “Simbolismo e Mitologia dos povos antigos” de Creuzer e na “Mitologia Comparada” de Max Müller. </div>
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De fato, o procedimento de todas essas estratégias de interceptação consistia de desacoplar o mito de seu contexto genético e funcional primitivo para integrá-lo aos sistemas literários, históricos e filosóficos europeus. Mas, nenhuma dessas formas de interpretação admitiu isso abertamente; afirmava-se uma vez ou outra que se havia restituído finalmente o mito ao seu sentido primitivo, perdido há muito tempo. No cenário das novas necessidades, o mito se apresenta com a máscara do primogênito, do absolutamente primitivo: seu suposto conteúdo, em detalhes exíguos, segue sempre acompanhado de uma exuberância patética arcaica, que do ponto de vista retórico, contribui com a legitimação do novo sistema mais que aquele. O mito não é igual à ficção: mesmo que sua separação equivalha a uma esterilização, o mito leva consigo uma referência inapagável daquele contexto distante a partir do qual brotou e se formou: “vem de lá e desde lá aponta o deus a chegar” (Hölderlin – O Pão e o vinho). Justamente essa tensão entre o caráter primitivo do mito e sua autonomia, entre religião e arte, entre o perdido e o salvo, produz o inquietante do mito: o mito sempre sobreviveu a si mesmo, e todo sobrevivente é inquietante. </div>
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Os estudos de Walter Burkert sobre a história da religião grega consistem o intento mais importante de entender o aspecto inquietante do mito grego que aparece no âmbito da língua alemã desde a segunda guerra mundial. O núcleo desse intento reside na suposição de uma correlação funcional primitiva entre o mito narrado e os feitos rituais do culto. As variadas fábulas com que se educava as crianças na antiguidade e (ao menos até há bem pouco) às crianças de nosso tempo, eram mais que um aspecto da religiosidade grega: o mundo grego estava repleto de tempos e santuários nos quais, em intervalos regulares e conformes os costumes herdados dos antigos, se realizavam os ritos em honra às respectivas divindades. Cada comunidade possuía seus próprios cultos, intimamente mesclados ao modo como as pessoas entendiam a si mesmas. A religião grega foi, em alguns aspectos essenciais, uma religião de Estado: a administração dos cargos, das cerimônias e do calendário das festividades figurava entre as tarefas mais evidenciadas da comunidade e fundava sua identidade política. Nos deveres dos cidadãos os atos religiosos confundiam-se com os políticos a tal ponto que a separação conceitual entre religião e política, tão evidente para nós mesmos, não pode ser aplicada aos gregos sem algumas reservas. </div>
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Agora, é certo que muitos mitos gregos nos hão chegado nas formas (de todo familiar para nós) que lhes deram os grandes poetas da antiguidade; contudo, para ter notícia sobre a maioria dos ritos dependemos dos textos mais áridos da erudição antiga – relatos de viagem, tratados, comentários de textos, enciclopédias – cujas informações fragmentárias, que em detalhes se contradizem ou dão margem para mal entendidos graves, podemos complementar ou corrigir apenas em alguns casos afortunados, graças a dados arqueológicos. A eles, é preciso adicionar que, por mais estranhos que por vezes nos pareçam os mitos gregos, de fato seguem parecendo-se para nós (como já se pareciam para a maioria dos informantes clássicos da antiguidade tardia) muito mais compreensíveis que alguns ritos gregos. Que significa, por exemplo, que em Braurón chamassem de “ursas” a umas garotas entre cinco e sete anos que, vestidas de cor açafrão, ofereciam sacrifícios à deusa Ártemis? Ou que as Grandes Dionisíacas, de Atenas, se levassem na solene procissão do sacrifício não apenas a efígie do deus e um touro, mas também um grande número de falos de tamanho sobrenatural? Não surpreende que manuais de mitologia precederam em muitos séculos as primeiras coleções científicas de testemunhos sobre os cultos antigos.</div>
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Há exatamente um século, os membros da chamada Cambridge School of Anthropology – W. Robertson Smith, Jane Ellen Harrison, James George Frazer – acreditaram haver encontrado a solução de tal enigma fazendo derivar os mitos de muitos ritos e explicando estes últimos mediante a comparação dos costumes dos povos “primitivos” daquele período. Assim, para Harrison, o mito era a contrapartida falada do ato que se executava no rito: aquele não se entendia sem este. No âmbito das línguas anglo-saxãs, tal concepção exerceu uma influência duradoura sobre a imagem que se tinha da cultura grega, mas nos estudos clássicos alemães nunca chegou a arraigar-se realmente devido, em parte, a um justificado ceticismo ante os paralelismos forçados e as generalizações pouco fundadas e em parte a uma resistência pouco econômica à mera ideia de que os gregos, exemplares de tudo, podiam equiparar-se em algum aspecto relevante aos “selvagens” povos primitivos. Como resultado de tudo isso, na Alemanha houve uma separação durante um tempo quase insuportável entre o estudo dos mitos e o estudo dos ritos: o estudo dos mitos se subordinava ao estudo dos poetas, já que estes haviam inventado livremente aquelas fábulas (Wilamowitz escreveu: “os mitos são sagrados; os poetas relataram e os transformam”), e ficava excluídos dos manuais de história da religião grega; por sua vez, os manuais se limitavam majoritariamente a oferecer uma exposição sistemática dos resultados da investigação dos ritos. A palavra religiosa e o ato religioso, e em última instância mantiveram-se separados até mesmo o poeta, que inventava a fábula, e seu povo, que executava vez ou outra, os ritos.</div>
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A obra de Burkert está dedicada a fechar essa brecha. Para ele o mito e o rito se iluminam mutuamente: o fato de tratar-se em um caso de uma narração paradigmática, e, em outro, de um ato paradigmático, não exclui em absoluta uma relação recíproca; permite-se uma relação na qual um e outro se complementem e apontem-se mutuamente com maior êxito. Nesse sentido, Burkert é certamente um herdeiro da Escola de Cambridge, mas distingue-se dessa, no final de contas, pela pretensão universalista de alcançar, mais além da constatação de determinadas relações locais entre a formação de mitos e ritos particulares, algumas estruturas fundamentais – e isso quer dizer, para ele, primogênitas - da convivência humana. Para Burkert, a mensagem do mito e do rito são a mesma, nas palavras de Nietzsche: “as energias terríveis – a que se chama mal – são os ciclopes arquitetos e engenheiros de caminhos da humanidade”. A ordem indispensável para toda convivência humana duradoura pressupõe não só uma pressão aos impulsos inatos da agressão e da destruição, mas também a liberação construtiva de suas energias. A violência não é apenas o oposto da ordem, mas seu pressuposto e sua força portadora. Certamente as perguntas centrais de Burkert – como pode a ordem integrar a violência sem sucumbir a ela? Como pode a civilização prescindir da barbárie? – se inspiraram nas teorias de Nietzsche e Freud, na antropologia e na etnologia dos últimos 50 anos, mas as aguçaram as catástrofes do nosso século. Cada um dos ensaios aqui reproduzidos trata de um determinado ponto crítico na vida das sociedades humanas – o sacrifício, a iniciação, a renovação, a purificação, a legitimação – e demonstra que sem o rito o mito não superaria a crise em questão, nem poderia sobreviver a sociedade ameaçada. Talvez, Burkert, desde um ponto de vista metodológico, tenha uma predileção decidida e quem sabe um pouco exagerada pelas origens (particularmente no paleolítico); mas sua admiração pelos ganhos da cultura grega, que soube unir o duradouro e o humano, desemboca em uma preocupação, sobretudo, prática e contemporânea: já é tarde para que aprendamos com os gregos?</div>
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Um encanto singular emana destes primeiros escritos de Burkert; mais de quarenta anos depois não perderam o frescor nem foram cientificamente superados, ainda que muitos dos temas que aqui se anunciam tenham sido aprofundados e refinados pelo próprio Burkert em publicações mais recentes. Esse efeito, quiçá, seja devido em parte a que os estudos clássicos alemães não tenham extraído ainda toda a consequências do descobrimento fundamental da relação recíproca entre rito e mito, que vem dando fruto nos estudos estadunidenses, franceses e suíços – muito mais receptivos, certamente ao influxo da antropologia estruturalista de Lévi-Strauss – ainda que seguramente também seja devido a que nestes escritos primeiros se manifeste, com maior claridade que nos anteriores e de forma mais detalhada uma tensão genuinamente literária. Por um lado, o tom destes ensaios é a todo momento distante e sombrio; o estilo é objetivo, a argumentação, sutil; o autor domina soberanamente todo o repertório das disciplinas auxiliares dos estudos clássicos – a arqueologia, a numismática, a epigrafia, a linguística indo-europeia – e as emprega com tato e precisão. Por outro lado, seus objetos prediletos são o sangue, a morte, a loucura, o asco , o terror. Uma vez ou outra, Burkert conduz o leitor desde o dia luminoso da humanidade grega até a horrenda noite das agressões desinibidas, de impulsos (auto)destrutivos que precedeu aquele dia, que ia assediando e ameaçando aniquilá-lo a cada instante. Da explosão apolínea de objetos dionisíacos que empreender Burkert, de sua contemplação científica dos perigos mais aterrorizantes, emana um efeito inquietante próprio e singular.<br />
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Referência<br />
<br />
MOST, Glenn W. "Una exploración rigurosa de los orígenes selvajes: Walter Burkert sobre los mitos y ritos". In: BURKERT, Walter. <b>El Orígen selvaje</b>: ritos de sacrifício y mito entre los griegos. Tradução de Luis Andrés Bredlow. Barcelona: Acantilado, 2011. [tradução do espanhol por Thiago Oliveira]</div>
masterpetraioshttp://www.blogger.com/profile/17857205587595163396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-45744241174867688582013-12-16T13:54:00.000-08:002013-12-16T13:59:28.880-08:00Religião Grega Popular (Martin P. Nilsson)<div style="text-align: justify;">
Uma das principais funções do Diretório de Tradutores é disponibilizar material em língua portuguesa para os leitores brasileiros material de referência para os estudos da religião helênica. Nesse sentido, como parte das comemorações de dez anos do grupo Reconstrucionismo Helênico no Brasil, o Diretório de Tradutores torna público a tradução da obra Greek Folk Religion, publicada sob o título de Religião Grega Popular, do helenista sueco Martin P. Nilsson. A tradução pode ser visualizada no <a href="https://sites.google.com/site/helenismo/Home/festivais/10-anos-website">site do RHB</a> junto com as outras atividades que integram as comemorações, ou clicando na imagem abaixo abaixo.<br />
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<a href="https://sites.google.com/site/helenismo/Home/festivais/10-anos-website/NILSSON-%20Religi%C3%A3o%20Grega%20Popular%20-%20pt-br%20-%20translated%20RHB.pdf?attredirects=0" target="_blank">
<img border="0" height="320" src="https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/1471225_372106889590780_1922427071_n.jpg" width="290" /></a></div>
masterpetraioshttp://www.blogger.com/profile/17857205587595163396noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-82905693228555831802013-07-08T13:47:00.000-07:002013-07-08T13:47:29.143-07:00Agathos Daimon<div style="text-align: right;">
por Ellani Temperance</div>
<div style="text-align: right;">
Tradução de Natalia Sciammarella</div>
<div style="text-align: right;">
Revisão de Thiago Oliveira [retirado <a href="http://baringtheaegis.blogspot.com.br/2013/01/pbp-agathos-daimon.html" target="_blank">daqui</a>]</div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB3eyDOyKlQbNS9BOFlZ48HwQGSNxtbxpP3PnyGoBGlXmgp4gtG6avLjzxobVl0rbqWlOJlHQaWaWle9rihZu0KaQiK3jbXYm-WhaJutmK3U4cODhptp-taN7BNXf-1VT7-acQQ7YkxtDG/s1600/AD.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB3eyDOyKlQbNS9BOFlZ48HwQGSNxtbxpP3PnyGoBGlXmgp4gtG6avLjzxobVl0rbqWlOJlHQaWaWle9rihZu0KaQiK3jbXYm-WhaJutmK3U4cODhptp-taN7BNXf-1VT7-acQQ7YkxtDG/s1600/AD.png" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
No segundo dia do novo mês Helênico, nós oferecemos sacrifício para (o) Agathos Daimon, em um dia em homenagem ao “Bom Espírito”. É uma prática importante, eu venho a compreender que eu não sei o suficiente sobre Agathos Daimon para fazer Seu culto de forma precisa. Este é o motivo deste post do Projeto Blog Pagão examinar sobre Sua adoração.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A mitologia, a aplicação e a existência do Agathos Daimon (ἀγαθός δαίμων) é uma bagunça um pouco confusa. Quando se pesquisa o termo, seis premissas básicas aparecem:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
•<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O Agathos Daimon é um Deus, casado com a Deusa Tyche (Ἀγαθή Τύχη, 'Fortuna)</div>
<div style="text-align: justify;">
•<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O Agathos Daimon é um epíteto de Zeus, ou ligado a Zeus Ktesios e/ou Zeus Melichios</div>
<div style="text-align: justify;">
•<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O Agathos Daimon está a Hermes Khthonios</div>
<div style="text-align: justify;">
•<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O Agathos Daimon é um daimon da fertilidade, amarrado à colheita e prosperidade da agricultura </div>
<div style="text-align: justify;">
•<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O Agathos Daimon é um guardião individual do espírito, unido a pessoa, a família, ou ao oikos</div>
<div style="text-align: justify;">
•<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O Agathos Daimon é a personificação da consciência pessoal, o até mesmo suas musas</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda confuso? Os Deuses sabem que estou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Alguns fatos primeiro: Todas as fontes, exceto onde Agathos Daimon é identificado como Deus, representam o Agathos Daimon como uma cobra; isto aplica-se para ambas obras como aparência física assumida. O Agathos Daimon sempre foi positivo em suas vidas, e geralmente era visto como fonte de boa sorte pessoal ou familiar. Libações de vinho (não misturado) eram oferecidas a ele de cada recém aberta garrafa de vinho, e durante banquetes e reuniões, Agathos Daimon recebia a primeira libação. Ao cruzar com uma cobra na estrada, era também de costume verter uma libação, no caso de ser um precursor do Agathos Daimon, ou o próprio Agathos Daimon. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sinto que devo recuar do Agathos Daimon um momento e falar sobre daimons em geral. Hesíodo nos deu nosso primeiro vislumbre sobre daimons ao escrever sobre os cincos Idades do Homem em Teogonia. Ele nos deu as seguintes referências:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Primeiro de tudo os Deuses imortais, que residem no Olimpo, fizeram uma raça dourada de homens mortais que viveram no tempo de Cronos quando ele estava reinando no céu. [...] Mas após a terra ter ocultado essa geração – eles são chamados de espíritos puros habitando na terra, e são gentis, libertando do mal, e guardiões dos homens mortais; para eles vaguear por toda parte sobre a terra, vestidos de névoa e vigiar julgamentos e ações cruéis, doadores de riquezas; eles também receberam esse direito real.” </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“...então eles que moram no Olímpo criaram uma segunda geração de prata e de longe, menos nobre. Não era como a raça de ouro nem em corpo e bem em espírito. [...] No entanto, quando a terra também ocultou essa geração – eles são chamados pelo homem de espíritos abençoados do submundo, e, embora eles sejam de segunda ordem, também presta-se honras à eles.” </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A partir desse post, também a seguir, não nas palavras de Hesíodo, porém minhas:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nas Idades de Hesíodo, fala-se apenas em uma raça que tornou-se daimons; Aqueles da Idade do Ouro, todavia aqueles da Idade da Prata e Heróica também receberam honras após sua passagem, e foram mantidos com alto respeito. [...] Hesíodo faz uma clara distinção entre os Theoi e daimon: Os Theoi são Deuses, daimons são membros da Idade Dourada que ganharam imortalidade. Essa diferenciação é um pouco menos pronunciada nos escritos de Homero, onde Deus e daimon são usados praticamente como sinônimos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa diferença levou a uma interpretação errônea sobre a natureza da raça da Idade de Prata: eles se tornaram daimons perigosos aos olhos de escritores posteriores (como Platão), e eventualmente os demônios do Cristianismo. Todavia, nem Homéricos ou Hesíodo nunca pretenderam ser assim: todos os daimons eram puros ou imortais; eles agiam como uma força policial para a humanidade. Daimons peenchem um importante buraco na mitologia e na vida: todos os aspectos da vida podem ser supervisionados por seres imortais, sem abandoná-los – ou adicionando desnecessariamente – ao portifolio dos Theoi. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Especialmente dentro dos Neo-Platônicos, veio a colocação dos daimons entre os Theoi e a humanidade. Eles são menos poderos que os Theoi, como menor domínio; mais interessados com os acontecimentos diários da vida do que os Theoi são, mas eles, também, são imortais, e merecem honras. É importante notar, novamente, o destino feito entre daimons e Heróis; semelhante em termos de poder da vida humana, porém diferente em suas identidades, com os heróis tendo personalidades muito marcantes, realizações e culto, e os daimons não tendo nenhuma daquelas. A primeira libação em reuniões eram ofericdas ao Agathos Daimon, e a segunda aos Heróis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Retornando à definição de daimons; temos primeiro um tipo de daimon; bons espíritos de Hesíodo que nos vigiam, imortais, porém uma vez mortal. Em seguida – dentro dos escritores como Platão e seus estudantes e filósofos seguintes – dois tipos, um prestativos, o outro perigoso. Curiosamente, Wikipedia relata o seguinte sobre a divisão entre “bons” e “maus” daimons: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
“Um cacodemon (ou cacodaemon) é um espírito mau ou (no sentido moderno da palavra) um demônio. O oposto de cacodemon é um agathos daimon ou eudaemon, um espírito bom ou anjo. A palavra cacodemon veio para o Latim do Grego antigo κακοδαίμων (kakodaimōn) significando um espírito mau, ao passo que daimon seria um espírito neutro em grego e Tychodaimon seria um espírito bom.”</div>
<div style="text-align: justify;">
Grifo meu.</div>
</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
Aquelas são duas definições opostas como em muitas sentenças, levando uma bagunça confusa que iguala os termos 'agathodaemon' (Agathos Daimon?), 'Eudamonio' e 'Tychodaimon'. Um bom exemplo da utilidade da Wiki como o início da pesquisa, mas nunca seu fim. Então vamos tomar esses termos e cavar um pouco mais fundo. Especialmente o termo 'Tychodaimon' parece ter uma fonte clara, mesmo (ou especialmente) em relação ao Agathos Daimon: em alguns cultos devocionais, Agathos Saimon era o uma deidade masculina, que foi casado com a Theia (daimon?) Agathe Tyche. Sua adoração foi conhecida em Atenas, e Eles tiveram um templo em Lebadeia, na Beócia, onde poderia visitar o oráculo de Trofônio – mas só depois de passar um número fixo de dias em um edifício, que era sagrado para a 'Agathei Theoi' - que provavelmente se refere à Agathe Tyche e Agathos Daimon juntos - e provavelmente abrigado uma ou várias cobras(s). Foi neste edifício que o suplicante foi trazido de volta quando retornou do oráculo — geralmente passado a experiência - a fim de se recuperar (Harrison).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Recapitulando: com os Neo-Platônicos veio a noção de que os daimons de Hesíodo são mais inferiores do que os Theoi na ordem hierarquica, ainda que Agathos Daimon fosse adorado como um Theo em Atenas e Labadeia no tempo de Platão, e certamente na época de seu aluno Xenocrates, quem promoveu a teoria de Platão sobre daímōns. Provavelmente Agathós Daímōn, os Theos, tinha sido separdo dos daímōns sem gênero de Hesíodo anos anteriores, e já não era considerado um daímōn no sentido clássico, mas tinha sido elevado a um Theos, digno de sacrifício regular. As perguntas, então, tornam-se: quando e como?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É Interessante notar que Agathos Daimon é mencionado como recebendo libações de vinho não misturado, em vez do padrão de libações misturadas dos deuses olímpicos. Este aspecto ctônico de Seu culto traz-me duas explicações possíveis da natureza do Agathos Daimon: um link com Zeus Melchuio (“aquele amável”), um epíteto ctônico de Zeus, e um link com Zeus Ktesios, o protetor domiciliar. Obras de artes encontradas em Labadeia sugere um casamento entre Zeus Meilikhios e Agathe Tyche, Zeus Meilikhios – como Agathos Daimon e Zeus Ktesios – é um Deus cobra, frequentemente representado como uma também. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deve ser dito que Harrison acredita que Zeus Meilikhios é um epíteto de Zeus sobreposto a um existente Deus cobra: Meilikhios , um ‘doméstico, da casa, autóctones [deidade de] antes da formulação de Zeus’. Ainda mais dizendo: Ainda mais dizendo: o culto da Meilichios foi muito pronunciado na Beócia, onde ele era venerado como um provedor de riqueza (Harrison, p. 21). Eu coloco que, ao mesmo tempo Zeus tornou-se igualado à Meilikhios , assim o fez o Agathós Daímōn; um daímōn da boa fortuna (provavelmente através da fertilidade e boa colheita, as dois maiores bênçãos do Theoi), sobrepondo ao Deus cobra Meilikhios , trocando qualidades positivas enquanto assumindo a imortalidade para Si mesmo. Zeus Meilikhios adotou as qualidades de limpeza e purificação de Meilikhios.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como alternativa - ou, talvez, em segundo lugar - Zeus Ktesios (outro Deus cobra) tornou-se igualado Agathós Daímōn, e trouxe a adoração ao Agathos Daimon para o lar, adicionando Suas bênçãos de fertilidade e 'boa sorte' (agora é um termo geral) para o início do novo mês. Isso também explicaria por que Agathós Daímōn era honrado no próprio dia e não na Noumenia, juntamente com Zeus Ktesios; os dois são entidades separadas, que fornecem bênçãos muito distintas - Zeus Ktesios guarda a dispensa de comudida e contribui para a prosperidade da casa, enquanto que o Agathos Daimon fornece as bênçãos de fertilidade e boa sorte, um traço herdado de Meilikhios e sua esposa, Agathe Tyche, quem nunca fez isso no domínio doméstico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, isso envolve três das teorias conectadas ao Agathos Daimon. Harrison propõe um link como outra deidade conhecida: Hermes Khthonios. Gostaria de encorajar o leitor a ir à fonte para sua explicação, a partir de página 294, mas a evidência - para mim - é frágil, na melhor das hipóteses. Sim, há referência a 'daimon' em escrita antiga, mas como já vimos em Homero, isso não é prova firme da teoria. Além disso, apesar de Hermes ser muitas vezes representado com cobras, não é obrigatório para Hermes Khthonios ser retratado com eles, e não há nenhuma evidência artística de uma forma de serpente para Hermes, não importa o epíteto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Agathos Daimon sendo um guardião espiritual pessoal ou a personificação de uma consciência - ou mesmo sua musa - essa idéia parece ser uma evolução neo-platônica dos daimos clássicos de Hesíodo, popularizado por Sócrates (e seus seguidores), que descreveu seu daimon pessoal em seu julgamento. Da apologia de Platão:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"Você tem freqüentemente me ouviu falar de um oráculo ou sinal que vem a mim e é a divindade que Meletus ridiculariza na acusação. Este sinal eu tenho desde que eu era uma criança. O sinal é uma voz que vem a mim e sempre me proíbe de fazer algo que eu vou fazer, mas nunca me ordena a fazer algo, e isso é o que fica no caminho de ser um político".</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como já vimos, Agathos Daimon foi separado de seus primos de Hesíodo até então, e temos de assumir que o termo 'Agathos Daimon' é um termo incorreto para os orientadores espirituais de Sócrates e Platão. Talvez 'eudaemon', na verdade, seria um termo melhor - não um sinônimo como Wikipédia sustenta, mas indicando claramente entidades separadas com uma origem comum.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até que outra evidência venha a mim, irei cultuar um theos da fertilidade e da prosperidade, Agathos Daimon, no segundo dia do novo mês - a primeira vez no domingo. Como minha teoria-- porque é definitivamente uma teoria!- realiza-se em seus pontos de vista e dentro de sua prática? Estou ansiosa para seus pensamentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Notas</b>:</div>
<div style="text-align: justify;">
Crédito da imagem: uma moeda de Nyrva, retratando o Agathos Daimon. Publicado em Harisson ' Epilegomena para o estudo da religião grega: e Themis: um estudo de origens sociais da religião grega '.</div>
Petraioshttp://www.blogger.com/profile/04275724141956903974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-47450001862421525192013-07-08T13:29:00.002-07:002013-07-08T13:53:42.440-07:00Não somos todos a mesma coisa, e isso é ótimo!<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: inherit;">por Tess Dawson</span></div>
</div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: inherit;">Tradução de Josie Machado [</span><span style="font-family: inherit;">retirado </span><a href="http://www.witchesandpagans.com/Pagan-Paths-Blogs/we-are-not-all-one-and-it-s-ok.html" style="font-family: inherit;" target="_blank">daqui</a><span style="font-family: inherit;">]</span><span style="font-family: inherit;"></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Nota do revisor</b>: O texto a seguir não trata especificamente sobre o Hellenismos; todavia, o escopo do trabalho desenvolvido aqui é maior que o Hellenismos em si, e coaduna com uma preocupação de também esclarecer sobre a diversidade religiosa, e em especial sobre o reconstrucionismo. No texto a seguir, Tess Dawson, um adepto do paganismo cananeu reconstruída oferece uma leitura acessível e esclarecedora sobre as multiplicidades que o termo "paganismo" composta, e resumo sua proposta na sentença: não somos a mesma coisa, e que bom que não somos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;">****</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Esses argumentos recentes de arquétipos ou super-heróis como divindades é um fator pelo qual eu não me considero mais Pagã e já não tenho me considerado por vários anos. O debate é sintoma de uma divergência maior nas crenças fundamentais entre as religiões politeístas histórico-enraizadas e o Paganismo Neo-romântico convencional.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">As duas principais filosofias não podem ser resolvidas, e quanto menos tempo gastarmos tentando convencer uns aos outros qual lado é o correto, mais tempo teremos para gastar construtivamente e pacificamente em esforços inter-religiosos. Eu uso o termo inter-religioso com boas intenções. Não somos das mesmas religiões, nem ao menos das mesmas categorias de religiões. E isso é bom. Respeitar nossas diferenças é importante, pois esse respeito não vem de tentativas de transformar as diferenças em semelhanças. Respeitar diferenças não significa homogeneização da diversidade.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E vamos encarar isso. Existem algumas pessoas antiquadas reforçando diferenças entre Paganismo neo-romântico convencional e religiões politeístas histórico-enraizadas.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Pagãos neo-românticos que acreditam que o ‘eu’ é o núcleo da espiritualidade e que confiam nas idéias de Jung, Freud, Frazer e Campbell frequentemente se sentem perturbados quando alguém diz que eles estão errados – especialmente quando acreditam que um indivíduo não pode estar errado quanto sua espiritualidade. É como se eles acreditassem que a outra pessoa seja tão fechada no dogma que ele/ela simplesmente não entende o que é a verdadeira espiritualidade. Da mesma forma que uma pessoa que adere a uma religião politeísta histórico-enraizada (não uma espiritualidade, mas uma religião) geralmente vai acreditar que os adoradores de arquétipos ou super-heróis de histórias em quadrinhos são blasfêmias. Existe um pequeno meio termo para discussão sobre a vitimização/anti-dogma contra a situação sacrilégio, e essa situação é exarcerbada pela ideia que somos, de algum modo, todos partes de uma mesma categoria de religião chamada Paganismo.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Enquanto tentarmos nos aderir na mesma categoria continuaremos a ter argumentos como esses, porque nós vemos a religião apenas por duas premissas básicas. Da posição de separação, é mais fácil de ser respeitoso com as outras crenças, e as pessoas se sentem menos como nós tentando definir as crenças uns dos outros. Podemos dizer no final do dia, “Eu não concordo com você, mas eu aprecio você”!</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Se fizermos as pazes com essa separação, então não haverá argumentos e nem a necessidade deles. Esse argumento se parece muito com Cristãos e Hindus tentando convencer uns aos outros quem é mais correto. Sim, o Paganismo convencional como é agora, com as tendências neo-românticas e as fortes influências ecléticas Wiccanas, é tão diferente das religiões politeístas histórico-enraizadas como o Cristianismo é do Hinduísmo.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Quão diferente a diferença pode ser? Veja essa lista de uma visão global das diferenças entre Natib Qadish (uma religião politeísta histórico-enraizada) e o Paganismo neo-romântico convencional:</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Natib Qadish não é “terra-centrada”. Estamos primeiramente centrados nas divindades, em seguida, centrados na comunidade, e em terceiro lugar respeitamos a natureza. Somos urbanos, civilizados e ‘amigos da tecnologia’. Nós não adoramos a terra ou a “mãe-terra”.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">• Divindades são seres vivos individuais separados, dignos do meu mais profundo respeito. Eu me inclino para honrar minhas divindades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Nossa religião não é monoteísta ou dualista, é politeísta. As divindades não são facetas de uma força divina, nem representações masculinas/ femininas da dualidade cósmica. E com certeza eles não são arquétipos. Nós também não acreditamos que essas divindades sejam construções da mente humana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• O Shanatu Qadishtu, nosso calendário sagrado tem feriados diferentes e o ciclo sazonal Mediterrâneo. Isso significa que não comemoramos Samhain, Yule, Imbolc, Ostara, Beltane, Litha, Lughnasadh, ou Mabon. O ciclo sazonal Cananita tem o calor, a estação das secas e a estação das chuvas com uma pequena transição entre as duas, e dois ciclos de crescimento para grãos e frutas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Minha religião não é Indo-Européia, mas Afro-Asiática. Não nos baseamos na religião do norte europeu, nem se a forma antiga de nossa religião influenciou o Judaísmo e o Cristianismo, que por sua vez influenciou fortemente o Norte Europeu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Não praticamos bruxaria e evitamos a palavra “bruxa”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Não trabalhamos com “energia”. Trabalhamos com o napshu, um conceito da alma.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Em geral, não lançamos círculos, usamos sálvia, ou vemos o corpo no sistema de chakra indiano. Usamos mirra para limpeza e temos espaços sagrados. Quanto à sabedoria do corpo, o coração representa a mente, o fígado representa as emoções, os joelhos representam bênção, as mãos representam proteção ou benção, os olhos podem enviar tanto bênçãos quanto maldições, e a cabeça representa honra.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Não praticamos a Lei dos Três ou Nenhum adágio do mal, mas temos um conceito de “pecado”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Fazemos ofertas a nossas divindades. Geralmente essas ofertas incluem carne, mas não de porco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Podemos contar com os dispositivos de adivinhação de acordo com o simbolismo Cananeu: interpretando de sonhos (sem conceitos junguianos), lançando sortes, usando as letras Fenícias e vidência. Você não iria a um babalawo [1] para uma leitura de tarô, então, por favor, não espere isso de mim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Nossa linguagem religiosa e nossos símbolos religiosos são diferentes porque foram construídos sobre uma cultura diferente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Eu cubro minha cabeça em respeito às divindades o tempo inteiro. A maioria de nós, cobre pelo menos durante os eventos sagrados.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Meu altar é em um templo e eu faço uso apenas para ofertar às divindades, não como um lugar para tchotchkes [2] brilhantes e reflexão pessoal. Eu tenho um santuário menos formal que não tem as mesmas restrições – e sim, eu tenho tchotchkes em meu santuário. Esse <a href="http://www.witchesandpagans.com/images/easyblog_images/78/2e1ax_default_entry_IMG_0014.JPG" target="_blank">pássaro </a>no alto à esquerda? É o meu próprio tchotchke. Um santuário não é o mesmo que um altar, e um altar não é o mesmo que um santuário. A maioria de nós possui santuários.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">• Os Cananeus antigos são seletivamente ecléticos, às vezes honrando divindades diferentes de culturas vizinhas do mesmo estilo Cananeu. Mesmo assim, somos cuidadosos com o que fazemos em um ambiente religioso.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Outras religiões politeístas histórico-enraizadas terão seus próprios conjuntos de diferenças da minha, e do paganismo neo-romântico convencional.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Wicca é bom, Neo-romantismo é bom, Paganismo é bom. Ter uma espiritualidade, independente da religião, é bom. Para as pessoas que querem acreditar em arquétipos como divindades, se isso é o que vocês realmente acreditam, tudo bem, mesmo que eu considere isto ateísmo. Como de costume eu respeito diferentes crenças, mesmo que eu discorde; mesmo que eu ache que você está errado, e mesmo se você ache que eu esteja errada. Mas tenho meus limites. Se outra pessoa acredita que meus limites são frágeis enquanto outra acredita que eles são fortes, não me importa, eu os tenho de qualquer maneira. Uma vez ouvi um adágio “não deixe sua mente tão aberta que seu cérebro cairá,” e eu levo a sério.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Para aqueles que querem adorar personagens de histórias em quadrinhos, vão em frente se vocês acreditam, mas, por favor, não esperem que eu leve sua espiritualidade a sério, e, por favor, não esperem que eu pertença à mesma categoria religiosa “Umbrella” que aceita isso. Para registro, eu também tenho duvidas sobre a “otherkin.,” [3] e não acredito em um passado matriarcal. Cthulhu [4] não existe. Aliens não construíram as pirâmides ou Stonehenge. Todo mundo tem limites, mesmo em matéria de crença e religião, e isso não significa que eu te odeio.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Nós não somos todos Um, e isso é bom!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Notas</b>:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">1. Nome dado aos sacerdotes exclusivos de Orunmilá-Ifá do Culto de Ifá na religião youruba, das culturas Jeje e Nagô. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">2. Itens diversos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">3. Comunidade de pessoas que se vêem parcial ou totalmente não-humanos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">4. Entidade cósmica fictícia criada pelo escritor de terror H. P. Lovecraft em 1926.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Petraioshttp://www.blogger.com/profile/04275724141956903974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-80644357749422912322013-04-04T16:36:00.000-07:002013-04-04T16:36:05.793-07:00Altares Domésticos - Grécia Antiga e Hoje<div style="text-align: right;">
por João Miguel Oliveira*</div>
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Tradução de Diego Calazans</div>
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As pessoas que cultuam os antigos deuses gregos hoje, em sua maioria, costumam fazê-lo sozinhas ou com suas famílias. Nada mais dos imensos festivais mantidos pela polis inteira. Muito pelo contrário – nossa definição de “imenso” foi a tal ponto encolhida que um ajuntamento de dez pessoas já é considerado impressionante.</div>
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Podemos ver essa mudança também nos altares. De assombrosas estruturas cercadas por um complexo de templos, tesouros e jardins, eles foram reduzidos a mesinhas, que podem ser usadas para outros propósitos, além do ritualístico. Ainda que isso possa parecer adequado para os menos ortodoxos entre nós, muitas vezes tenho me perguntado se não é de certa forma uma hipocrisia dizer que seguimos a Religião Grega Antiga (a ponto de celebrar festivais de colheita relacionados a climas completamente diferentes) e violar o que diversos pesquisadores têm considerado o mais essencial dos elementos de culto.</div>
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O altar (bomos) era de fato sempre o primeiro elemento de um templo. Era o lugar onde o primeiro sacrifício era feito e o templo e o temenos eram construídos ao redor dele, sem que o altar fosse movido, mesmo quando transformado de uma simples cova no chão em uma edificação completa. </div>
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Mas a religião não estava limitada aos templos, festivais civis ou centros de culto. Havia um elemento presente na privacidade do oikos, da casa ou família. Nosso conhecimento desse elemento é incompleto, mas está claro que ele existiu. </div>
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Muitos pesquisadores e devotos focam-se na polis porque esse é o elemento sobre o qual podemos encontrar mais evidências – as crenças populares não são expressas na literatura, ou são expressas apenas posteriormente, e os artefatos domésticos, diferente das grandes peças religiosas, não sobrevivem ao passar das eras. Por essa razão não sabemos como a maioria dos altares domésticos era, nem quem os usava ou o modo como eram usados. </div>
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Pressupõe-se usualmente que os altares eram construídos em locais sagrados. As casas, porém, não eram temenoi. Todo tipo de atividade humana acontecia o tempo todo e isso conduz a um impasse – se os deuses são repelidos pelo miasma, como pode haver altares e rituais dentro da casa? </div>
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Primeiro, há bastante evidência de que as casas podiam ser purificadas e que havia, até mesmo, especialistas nesse tipo de atividade. Além disso, na peça “O Fantasma”, do comediógrafo grego Menandro, aprendemos que qualquer um pode criar um espaço sagrado adotando comportamento ritual e que esse espaço continua sendo sagrado apenas pela duração do ritual.</div>
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Segundo, embora seja claro que para os grandes festivais e templos o miasma fosse uma preocupação relevante, não podemos dizer que os deuses em si são realmente repelidos pela poluição ritualística – quando devotos ao beber vinho fariam uma libação ao Daimon; no parto, Ártemis está presente; no sexo temos Afrodite; e mesmo Apolo, deus da purificação e da ilha sagrada de Delos onde as preocupações com o miasma foram levadas ao extremo, vinha ao auxílio de seu sacerdote após uma oração sem que nenhuma purificação estivesse envolvida. </div>
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De fato, sabemos sobre diversos cultos que foram mantidos na privacidade da casa: Zeus Ktesios, a quem era oferecida a panspermia; o Dioskouroi a quem as pessoas ofereciam refeições (theoxenia) e cujos símbolos eram as ânforas; Zeus Herkeios com seu altar onde uma guirlanda viçosa era sempre encontrada; e mesmo a Herma, na entrada. E, claro, a sagrada Héstia, o coração que abençoava as refeições, transformando em evento sagrado cada ocasião em que a família e os convidados reuniam-se para comer.</div>
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Os altares tradicionais eram feitos de pedra, ossos, cinzas, tijolos, ou simplesmente terra. Por tradicionais, quero dizer os altares dos templos. Esses estavam usualmente do lado de fora e podiam estar ou não preparados para queimar sacrifícios e podiam ou não ser elevados. </div>
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Dos altares domésticos temos menos exemplos e descrições. Sabemos que eles ficavam comumente no pátio e jardins e eram provavelmente parte de um santuário, mas eles eram tão variados quanto as pessoas que os mantinham. Alguns eram pequenos buracos na parede com uma imagem. Muitos eram feitos de pedra ou terracota e eram de tal forma que podiam ser transportados, para que as pessoas pudessem levar seu altar com elas quando se mudassem. A maioria não era decorada, embora tenham sido encontrados alguns com o nome do deus ao qual eram dedicados, ou com decoração embutida. Outros não ficavam em exposição e eram feitos do que quer que a pessoa tivesse disponível e duravam apenas o tempo de execução do ritual.</div>
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Há muitas semelhanças com os altares dos templos, assim como com as hermas. As principais diferenças eram o tamanho (muito menores), o fato de que muitos eram temporários e podiam ser movidos, e a existência de altares portáteis.</div>
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Sabemos que esses altares eram comuns, porque, mesmo tendo sido encontrados somente poucos, eles são muitas vezes referenciados na literatura e Sócrates, em Eutidemo, chega a dizer “I too have altars and household hiera and patroia and artefacts of the same type as other Athenians”**. De fato, eles eram tão comuns que Platão os critica em seu diálogo Leis. </div>
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O que não sabemos o bastante é como eles eram usados. Era o patriarca que costumava conduzir os rituais que poderiam estar relacionados a mudanças na composição e estrutura da família (tais como casamento, nascimento, maturidade e morte) ou que deveriam manter um relacionamento com específicos deuses domésticos e familiares. </div>
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Os altares eram usados tanto para rituais regulares quanto pontuais e entre os itens comuns que você poderia encontrar em um altar estavam incensos, bolos, vinho, roupas e guirlandas. Algumas residências possuíam diversos altares, e Xenofonte nos diz que alguns eram usados para sacrifícios frequentes, enquanto outros eram reservados a festivais especiais. </div>
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A evidência dos cultos domésticos contrasta com a dos cultos em santuários e templos em termos de variedade e escala e isso reflete as necessidades religiosas pessoais e os motivos de cada família e pessoa. De fato, isso fornece um argumento em favor do uso de altares domésticos e mesmo da criação de versões pessoais (e mais significativas) de altares e festivais que eu penso que todos nós podemos aprender.</div>
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<b>Referencial Bibliográfico</b></div>
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<b>- Fontes Primárias</b><br />
Aristófanes, As Vespas<br />
Platão, Leis<br />
Platão, Eutidemo<br />
Xenofonte, Econômico<br />
<br />
- <b> Fontes</b> <b>Secundárias</b><br />
ADKINS L, ;ADKINS, R.A. Handbook to Life in Ancient Greece. Facts on File. 2005<br />
<br />
BURKET, W. Greek Religion. Harvard University Press. 1985 [Em português: Religião Grega na Época Clássica e Arcaica. de Walter Burkert. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993].<br />
<br />
NILSSON, M.P. Greek Folk Religion. University of Pennsylvania Press. 1972<br />
<br />
RAWSON, B. 2011. A Companion to Families in the Greek and Roman Worlds. Wiley-Blackwell, 2011.<br />
<br />
ROBINSON, D.M.. A Preliminary Report on the Excavations at Olynthos. American Journal of Archaeology. 1929.<br />
<br />
THOMPSON, D.B.; GRISWOLD, R. E. Garden Lore of Ancient Athens. American School of Classical Studies. 1963<br />
<br />
THOMPSON, D.B. An Ancient Shopping Center: the athenian agora. American School of Classical Studies at Athens. 1993.<br />
<br />
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<b><br /></b></div>
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<b><br /></b></div>
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<b>Notas do Tradutor</b></div>
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* O presente artigo foi extraído da edição de inverno/ 12 newsletter do grupo Neokoroi. Clique <a href="http://www.neokoroi.org/heepistole/" target="_blank">aqui </a>para acessar a página da revista.<br />
<br />
**Mantivemos a tradução, do grego para o inglês, dada pelo autor a essa passagem e acrescentamos uma possibilidade em português: “Eu também tenho altares e bens sagrados domésticos e pátrios, e artefatos, como os que possuem os outros atenienses”.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<b>Como Citar este artigo?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
OLIVEIRA, João Miguel. Altares Domésticos. Tradução de Diego Calazans. Diretório de Tradutores Reconstrucionismo Helênico no Brasil. 2013.</div>
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<div style="text-align: center;">
<a href="https://sites.google.com/site/seletrad/home/minicursos/Altares%20Dom%C3%A9sticos.pdf?attredirects=0&d=1" target="_blank">
<img border="0" height="117" src="https://sites.google.com/site/seletrad/home/minicursos/DOWNLOAD.PNG?attredirects=0&d=1" width="320" /></a></div>
Petraioshttp://www.blogger.com/profile/04275724141956903974noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-32381656899416641032013-04-04T16:20:00.004-07:002013-04-04T16:20:44.618-07:00Religião Doméstica<div style="text-align: right;">
Por Kallistos, no site <a href="http://neosalexandria.org/syncretism/domestic-religion/" target="_blank">Neos Alexandria</a></div>
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<br />
<div>
Tradução de Ruan Mendes</div>
<div>
Revisão de Thiago Oliveira</div>
</div>
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<br />
Estava lendo um livro chamado “<i>The Ancient City</i>: a study of the religion, laws, and institutions of Greece and Rome” de Numa Denis Fustel de Coulanges, pela editora Dover Books [Nota do Tradutor: “A Cidade Antiga: um estudo da religião, leis e instituições da Grécia e Roma”. Esse é um estudo clássico do helenismo, tendo sido, entre várias publicações, recentemente editado pela Martin Claret – clique <a href="http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/Fustel%20de%20Coulanges-1.pdf" target="_blank">AQUI </a>para ter acesso ao texto],uma reedição de um livro francês de 1864. O autor baseia-se principalmente em textos antigos e inscrições, normalmente citadas nos rodapés. Como era costume na época, a maioria das citações está em sua lingual original, porque pessoas educadas saberiam lê-las de qualquer maneira...</div>
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<br />
O livro traz uma interessante discussão sobre a religião, as tradições e costumes da antiga cidade e seus habitantes. Um ponto importante, que algumas organizações de hoje esqueceram, é que a cidade foi um desenvolvimento tardio. Ela evoluiu como uma federação. Fustel de Coulanges traça um desenvolvimento orgânico dessa federação ao longo do tempo. Esse tipo de evolução é, talvez, um bom modelo para emularmos uma tentativa de desenvolver grupos maiores.</div>
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<br />
A cidade encontra suas raízes na religião e o autor busca discutir as bases religiosas da cidade, sua centralidade voltada si mesma e a mistura de religião e vida. É essa a chave para o desenvolvimento da cidade antiga.</div>
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<br />
Tudo começa na religião doméstica. A família tinha sua própria religião e seus próprios deuses, deidades domésticas e seus ancestrais. (Penso que nos dias atuais tendemos a esquecer da importância do culto aos ancestrais no mundo antigo, que rivaliza com a mostrada no Oriente Confucionista). O chefe do lar é o sacerdote da família, e é ele quem mantém o fogo sagrado vivo. Cada pessoa era independente das interferências dos outros; e é o foco da vida do dia-a-dia religioso.</div>
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<br />
Com o passar do tempo, as famílias começaram a se unir, mas ainda assim mantinham suas religiões originais, embora formassem clãs, frátrias ou cúrias, com seus próprios deuses e patronos, e seu próprio sacerdote chefe, que tendia à adoração perante o fogo sagrado. Em seguida, vários clãs se juntaram e formaram tribos ou φυλές (phyles), também com seus fogos sagrados distintos e sacerdotes. Em intervalos regulares, os cidadãos podiam, como na Apaturia, se unir aos outros da sua frátria/cúria ou phyle/tribo para uma refeição comunal, sacrifício e entoar hinos e orações.</div>
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<br />
Então, no final, as tribos seriam unificadas por um único homem ou em face aos perigos de fora. A cidade foi fundada pelo fundador ou legislador - que estabelecia as leis, acendia o fogo da cidade e escolhia os deuses oficiais que seriam seus protetores - assim como cada tribo tinha seu herói deificado e cada clã e família seus antepassados e deidades domésticas.</div>
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<br />
O fundador era o primeiro rei, depois seria substituído por prutaneis, basileus desprovidos do status de realeza. Muito embora eles mantivessem o fogo sagrado aceso e liderassem os rituais sagrados no lugar do rei. (Fustel menciona que Prytane era um sinônimo para Basileus nos textos antigos). Eles também se encontravam numa refeição comunal com os deuses no Pritaneu* todos os meses juntamente com cidadãos selecionados para reforçar a ligação com o povo.</div>
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<br />
Esse desenvolvimento era orgânico e fluia naturalmente. Penso que um dos maiores problemas com muitos grupos Helênicos (e de Religio) foi que estes pularam direto para a cidade, estabelecendo magistrados e prutaneis, correndo direto ao modelo cidade-estado, então criando o demoi** (novamente uma organização mais política, embora religiosa, sendo uma espécie de “minipolis”).</div>
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<br />
Como alternativa, acredito que deveríamos nos focar em ajudar as pessoas a desenvolverem seus próprios cultos domésticos para, em seguida, os unir em equivalentes a genos e frátrias (talvez por interesses em comum) e depois em tribos (quem sabe tendo tribos de determinação geográfica, o que era frequentemente o caso, como as dez tribos de Atenas e as trinta e quatro tribos de Roma).Tendo as tribos com seus demos e proteções poderíamos então estabelecer uma cidade-estado nacional e evoluir. Dessa maneira teríamos produzido situações mais estáveis, permitindo assim crescimento no lugar de tentar forçar uma organização nacional sobre um grupo tão pequeno e disperso como as comunidades pagãs clássicas greco-romanas.</div>
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<br />
Adicionalmente, uma vantagem do modelo de desenvolvimento orgânico é que as pessoas com interesses semelhantes, ou com focos em deidades similares, poderiam formar algo como uma frátria ou um clã que poderia, por sua vez, formar tribos geográficas com outras frátrias. Eu percebo que alguns formaram thiasoi*** ao longo dessas linhas, e talvez os thiasoi ou frátrias poderiam ser as bases orgânicas que crescem dentro de outras organizações, que formam uma federação ou uma organização do tipo guarda-chuva.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Isso requereria provavelmente mais diplomacia que presenciamos em nossa comunidade, embora eu ache que seja viável. O elemento interessante no livro foi que ele enfatizou o quanto as frátrias e as phyles (clãs e tribos) eram mini-federações próprias, com os níveis mais baixos sendo mais ou menos autônomos, com os níveis superiores sendo um pouco mais diversificadas em relação as deidades adoradas. </div>
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<br />
Essa federação das federações permitiria mais distinção e que as preferências pessoais tenham mais importância... Sem forçar todos a um único molde, o que parece ser parte do problema que enfrentamos. Algumas pessoas parecem normalmente ter pouca vontade de se aventurar muito longe de suas deidades de maior interesse (ou patronos, se você desejar). Assim, cada nível poderia encontrar se encontrar esporadicamente (the phyles and phratries met fairly often, but less often the farther one went up) para refeições comunais. A Apatouria, por exemplo, acontecia uma vez ao ano, contudo eu tenho certeza da existência de outras reuniões de frátrias. As frátrias Espartanas se reuniam duas vezes por mês, o resto dos dias faziam suas refeições em casa.</div>
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<br />
Havia, também, festivais de nível cidade-estado para várias deidades que protegiam a cidade, geralmente um festival por ano para cada deus. Enquanto cada phyle e frátria tinha suas próprias divindades adoradas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Penso que a maioria de nós poderia lidar com esse tipo de coisa, poderia, contudo, reduzir a interação e atritos em alguns aspectos, embora, ainda assim, fosse um meio de promover a comunidade. Talvez todos os membros desses níveis nas mesmas áreas geográficas se encontrariam regularmente, phyle e frátria por phyle e frátria em intervalos regulares independentemente do demos local ou da estrutura da polis nacional - enquanto surgem.</div>
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<br />
Assim, cresciam organicamente, por digamos deidade patrona, com reuniões orgânicas regionais e nacionais por todos interessados naquela divindade, e eventualmente se aliando a outras frátrias/phyles/thiasoi em aglomerações regionais maiores... O que, eventualmente, poderia formar uma organização nacional ainda maior no lugar de formar organizações regionais que as pessoas entrariam para, em seguida, se aliar a organizações locais decretadas pelo nível nacional.</div>
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<br />
Deixemos tudo começar no nível familiar, então por interesses locais.<br />
<br />
<br />
<br />
<b>Notas do Tradutor</b><br />
* O Pritaneu era o prédio público de uma pólis onde se guardava o fogo sagrado.<br />
** Demoi é o plural de “demos”, que é um grupo, uma cidade ou, que no aspecto político corresponde mais ou menos as ideias que temos hoje de municípios como aglomerados com suas leis, legisladores, formas de governo, enfim.<br />
*** Os thiasoi (singular: Thiasos) são grupos de culto<br />
<br />
<br />
<b>Como citar este artigo?</b><br />
Kallistos. Religião Doméstica. Tradução de Ruan Mendes. Diretório de Tradutores Reconstrucionismo Helênico no Brasil, 2013.<br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://sites.google.com/site/seletrad/home/minicursos/Religi%C3%A3o%20Dom%C3%A9stica%20-%20Ruan%20Mendes.pdf?attredirects=0&d=1" target="_blank">
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Petraioshttp://www.blogger.com/profile/04275724141956903974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-87041961304993865192013-04-04T16:03:00.000-07:002013-04-04T16:08:31.053-07:00Presentear na Antiga Hellas<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: inherit;">Por Elani Temperance, do blog <a href="http://baringtheaegis.blogspot.nl/" target="_blank">Baring the Aegis</a></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: inherit;">Tradução de Diego Vilaça</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Dar presentes aos amigos, parentes, ou até mesmo conhecidos e completos estranhos é uma longa tradição. Tal tradição já existia antes mesmo da Hellas clássica, mas foi, com certeza, uma parte vital da sua cultura. Essa prática estava ligada a kharis e a xenia. Presentes eram trocados entre os monarcas das cidades-estados para criar uma boa relação, e era uma parte importante da diplomacia. Todas as oblações, ofertas de agradecimento e pinakes foram presentes dos mortais aos Theoi. Competições esportivas sempre eram concluídas com um preço – um presente – atribuído ao vencedor. Presentes eram dados ao parceiro submisso em uma relação pederástica, e a prostitutas favorecidas e servos. Os presentes tinham um papel muito mais importante na sociedade helênica antiga como um todo do que na nossa atualmente. A troca de presentes na antiga Hélade não era apenas um evento social, no entanto. Havia muito mais na prática do que se pode supor, e hoje vamos olhar para essa tradição em maior detalhe.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Eu falei da importância dos presentes na xenia antes. Um presente dado como parte de uma hospitalidade ritual se chamava xenion (ξεινήιον). Este xenion era esperado por ser caro, e era dado ao visitante no momento de partida. É necessário dizer que esta prática era executada principalmente pela nobreza, ou pelo menos pela elite, e acontecia geralmente quando um homem de igual posição social de outra nação ou cidade-estado ia fazer uma visita. Na Odisseia, Telêmaco, filho de Odisseu, recebe de Menelau uma taça feita pelo próprio Hefesto:</span></div>
<span style="font-family: inherit;">Mas fique aqui no palácio, até o décimo-primeiro ou décimo-segundo dia, e eu te enviarei com honras, e finos presentes, uma carruagem brilhante com um trio de cavalos, e uma gloriosa taça para verter libações aos imortais deuses, lembrando-me todos os dias.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A prática de presentear alguém de outra nação a qual você poderá nunca ver de novo pode parecer contraditória, mas é exatamente o contrário. Ao presentear um estrangeiro com um grande presente, você só não estabelece kharis entre vocês dois assim como você deixa a pessoa em débito com você: eles não podem retribuir sua gentileza no momento, mas eles retribuirão quando você for visita-los, ou quando você estiver precisando. Além disso, a parte que recebe a gentileza vai para casa com histórias sobre sua hospitalidade e riqueza, impulsionando a estatura da família e da nação. Ela aumenta a honra de ambos, o que era muito importante para os antigos helenos. Os presentes, nesse contexto, funcionavam como meios de comunicação, legitimação e mediação entre benfeitores e cidades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A troca de presentes era ainda muito importante além da elite, especialmente entre os homens. A prática era uma característica do symposion, que ocorria entre os homens em um relacionamento pederástico, assim como entre homens em pé de igualdade. A pederastia consistia em um homem maduro tomar um jovem rapaz como seu pupilo e amante. Essa relação não era sobre amor: era uma construção social que permitia ao menino tempo para conhecer homens influentes, e trabalhar a si mesmo. Por causa disso, existiam vários atos rituais que envolviam esse tipo de prática, entre os quais a distribuição de presentes, do mentor para seu pupilo. Três presentes eram tradicionais: um traje militar, um boi e uma taça para bebidas, mais os jovens certamente recebiam presentes mais caros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Um dos lugares em que o jovem amante poderia ser encontrado era o symposion. Ao permitir que o jovem frequentasse o symposion, era permitido aos adultos instruí-los para a vida adulta e para a guerra, em particular. Uma vez que os meninos crescessem, eles se tornavam um dos homens, tomando jovens como amantes e ensinando-os sobre a vida de um homem adulto. A troca de presentes, nesse contexto, permitia à comunidade uma maior aproximação, e a preparação para a vida de um jovem como um homem. Presentear – os jovens amantes assim como aqueles de igual idade e status – permitiu aos homens ensinar a importância da distribuição e redistribuição da riqueza, que era um fator fundamental da sociedade (principalmente da ateniense). Significava, também, um símbolo de status: se alguém teve tempo de visitar o symposion e dar caros presentes, eles não eram apenas cidadãos, mas cidadãos prósperos, uma clara marca de que eles aptos para ter uma maior responsabilidade dentro do cenário político da cidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"> <span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>A maioria desses exemplos vem de cidades-estados ricas (como Atenas), mas há evidências de trocas de presentes em outras cidades-estados também. Esparta, por exemplo, desaprovava a ostentação de riquezas, mas também trocava presentes. Esta prática, entretanto, era mais usual no cotidiano dos próprios cidadãos – jogos, mel, talvez um cão de caça – e eram honras concedidas às pessoas em caso de grandes eventos, ou em uma relação assimétrica. Um vencedor espartano de importantes eventos esportivos, por exemplo, seria recebido na guarda real do rei, enquanto os vencedores atenienses seriam recebidos com comida, habitação e status.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Outra forma de presentear seria de um cidadão rico para a comunidade. Essa prática era conhecida como “evergetismo”, do grego “εὐεργετέω”: “eu faço coisas boas”. Enquanto o dinheiro gasto pelo cidadão desta forma era, de fato, uma ação voluntária, ele era socialmente obrigado a participar da prática. Muitas estradas e edifícios públicos foram construídos desta forma, e, portanto, levavam o nome do cidadão que doou os fundos – algo que encontramos evidências arqueológicas para esses dias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Presentear era de vital importância nos tempos Arcaico e Clássico (inicial), principalmente em um contexto social, étnico, econômico e político. No período Clássico – que testemunhou o desenvolvimento de elaborados sistemas monetários e de leis – a troca de presentes, e os benefícios associados a essa prática tornaram-se menos importantes no contexto econômico e político, embora tenha mantido sua importância nos sistemas sociais e religiosos. O presentear e a reciprocidade voltaram aos palcos atenienses, no entanto, no período Helenístico, grande parte do ocorrido anteriormente ocorreu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O ato de presentear foi de uma importância sem precedentes para os antigos helenos, mas perdeu muito de sua posição atualmente. Para aqueles que reconstroem a antiga religião helênica, pode ser um bom exercício examinar essas práticas, e implementar uma troca simbólica. Presentes caros não são necessários, mas um presente de despedida pelo anfitrião pode lembrar ao grupo (quando tornar a se juntar) as gentilezas recebidas e os presentes do grupo serão bem-vindos.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Como citar este artigo?</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Temperance, Elani. Presentear na Antiga Hellas. </span>Tradução de Diego Vilaça. Diretório de Tradutores Reconstrucionismo Helênico no Brasil, 2013.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://sites.google.com/site/seletrad/home/minicursos/Presentear%20na%20Antiga%20Hellas.pdf?attredirects=0&d=1" target="_blank">
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Petraioshttp://www.blogger.com/profile/04275724141956903974noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1021907225996114147.post-67451921073955273572013-03-27T09:20:00.003-07:002013-04-04T16:09:24.698-07:00Sete Teses sobre o Helenismo<span style="font-family: inherit;"><br /></span><i style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">(As teses seguintes constituem-se como exclusivamente do grupo Thyrsos, podendo diferir-se das teses ou crenças de outros grupos helênicos organizados)</span></i><br />
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<div style="font-family: Times, serif;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: inherit;">do Grupo Thyrsos Hellenenes Ethnikoi</span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: inherit;">Tradução de Diego Vilaça</span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: inherit;">Revisão de Thiago Oliveira</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;">Helenismo<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A palavra helenismo constitui um termo moderno que denota a cosmovisão pagã pré-cristã. Com o termo helenismo, não nos referimos aos cidadãos que têm nacionalidade proveniente do Estado helênico moderno, nem às pessoas de tal origem. O significado de Helenismo engloba todos aqueles que, de livre vontade, escolhem seguir naturalmente a desenvolvida etnia helênica, não monoteísta, e seu modo de pensar. Helenismo, como termo, engloba todo sistema de crenças do período étnico grego que é definido como pré-cristão, cujo início histórico pode ser localizado na Arcádia e na Creta minoica, assim como as crenças daqueles que continuaram a defender essa cosmovisão particular em um período posterior até os dias atuais.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;">Principais Características</span></b></div>
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<span style="font-family: inherit;">Está claro que a principal característica do Helenismo é sua visão religiosa, isto é, politeísta, que constitui a base sobre a qual a civilização helênica do período pré-monoteísta se desenvolveu, e também é a característica primária sobre a qual podemos nos apoiar para entendermos a cosmovisão helênica. Qualquer tentativa de corte de crenças de culto do Helenismo é um ato de amputação, e qualquer sistema derivado desse ato só pode ser deficiente.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;">Nível Político</span></b></div>
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<span style="font-family: inherit;">O Helenismo não pode ser um ramo ou não pode depender de qualquer ideologia política moderna específica, visto que ele precedeu todas elas. É impossível para qualquer partido político existente atualmente gerir ou abraçar exclusivamente o Helenismo, uma vez que todos eles devem suas existências a uma escola de pensamento que está há milhas de distância do caminho grego enquanto suas dinâmicas derivam, na melhor das hipóteses, somente de um específico aspecto que eles pegaram emprestado do Helenismo. Qualquer tentativa de identificar o Helenismo com algum partido político específico, seja ele pertencente à direita ou à esquerda, do mais extremo ao mais modesto deles, destina-se à falha, uma vez que suas partes são incapazes elevar o ônus especial do Helenismo e, especialmente, aquela região do Helenismo chamada politeísmo.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;">Como um Sistema</span></b></div>
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<span style="font-family: inherit;">O Helenismo é filosoficamente revolucionário. Propõe abertamente a disputa e a proibição do modo de vida moderno, pois considera que esse modo priva o ser humano da espiritualidade e da justiça e se baseia quase exclusivamente em uma percepção material e tecnocrática degradante ao humano enquanto ser. Esse modo de vida prática e comprovadamente também priva o humano do desenvolvimento enquanto ser, como resultado do confinamento crônico desse sistema de pensamento. Helenismo não pode ser representado por uma definição, mas ele demanda que cada pessoa assuma sua responsabilidade em toda e qualquer dimensão social e especialmente à dimensão ligada com atividades políticas.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;">É um dogma?</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Se pelo termo dogma estamos nos referindo à etimologia moderna da palavra, que significa um hermético, final e irrevogável sistema de pensamentos que requer certa vista grossa, considerando cada oposição como uma perigosa facção, então é claro, e com grande ênfase, que a resposta é não!</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">A pletora de ideias, sua diversidade e seu objetivo de cobrir as necessidades sociais em cada diferente momento histórico diferente constituem as pedras-fundadoras do Helenismo, que não é privado de regulamentos sobre a vida ou comportamento, mas eles são destilações de muitas e diferentes escolas filosóficas que tem o ser humano e sua relação com os deuses como centro comum, o ambiente natural (que não consideramos como nossa propriedade, mas, ao contrário, nos consideramos seus hóspedes), a humanidade como uma entidade e o nível de relações interpessoais, e o caráter pessoal de cada pessoa. Os antigos regulamentos podem ser colocados sob disputa, sem medo, se uma nova teoria fornecer argumentos e provas através de um sistema organizado que pode oferecer mais vantagens em favor dos seres humanos e sua relação com todas as correlações feitas acima.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">O testemunho de todos esses pontos é fornecido pela existência de várias percepções em diferentes períodos da civilização helênica, que não são separados, mas que fazem o Helenismo completo.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;">A relação com outras tradições étnicas</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">Quanto às tradições europeias as quais estamos relacionados tanto historicamente quanto geograficamente, o Helenismo faz o que sempre fez. Ele coexiste e interage, apoiando a criação de uma ampla Europa gentia, que tem seu ponto de partida no paganismo helênico, vai para o Cultus Deorum romano e depois vai além, a cada e toda outra forma de “paganismo” de todo e qualquer povo em nosso Continente-Mãe Europa.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">Doravante, isso aparece claramente como um fato histórico, desde os séculos que se passaram, os fatos/marcos são conhecidos, e agora temos o conhecimento e a tecnologia necessária para promover a comunicação. Assim, todas as tradições europeias adquirem um parâmetro comum, mas, ao mesmo tempo, elas mantêm suas identidades nacionais essenciais, uma vez que essa característica é a base sobre a qual se sustenta toda a construção.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">Fora da Europa, as tradições étnicas não-monoteístas de outras nações são, claramente, muito mais próximas ao caminho helênico do que qualquer sistema cultural não-étnico.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;">Voltar no tempo?</span></b></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">É natural pensar que o Helenismo é tecnofóbico, ou pede aos seus membros que andem por aí vestindo roupas arcaicas. Algo assim poderia ser uma duplicação romântica, ou, na pior das hipóteses, uma situação psicopatológica. No entanto, a tecnologia bem como a estética é colocada sob um novo ponto de vista no Helenismo.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">A tecnologia serve às necessidades humanas, e – mais importante – não se volta contra o ambiente natural que constitui um ser vivo, e não apenas material sem vida, é necessário traçar um paralelo com a sociedade.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">Como a estética nas construções, mas também no vestuário e em qualquer outro aspecto, nós definitivamente acreditamos que ela tem que criar a Harmonia e deve Elevar o Espírito, sem ter medo de constantemente propor algo novo e atualizado.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: inherit;">Finalmente, é duplamente errôneo achar que o Helenismo é apenas um fetiche estético para aqueles que não se sentem confortáveis com suas formas de vida e que procuram se esconder dentro de uma concha fora do tempo e do espaço.</span></div>
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<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: inherit;">Como citar este artigo?</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Grupo Thyrsos. “Sete Teses sobre o Helenismo”. Tradução de Diego Vilaça. Diretório de Tradutores Reconstrucionismo Helênico no Brasil, 2013. </span></div>
<div style="font-family: Times, serif;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
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<a href="https://sites.google.com/site/seletrad/home/minicursos/Sete%20Teses%20Sobre%20Helenismo.pdf?attredirects=0&d=1" target="_blank"><span style="font-family: inherit;">
<img border="0" height="117" src=" https://sites.google.com/site/seletrad/home/minicursos/DOWNLOAD.PNG?attredirects=0&d=1" width="320" /></span></a>
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